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30 de agosto de 2006

 

Diálogos surreais da vida real



A mulher ideal

- Sabe que eu adoro mulher atlética?

- To sacando.

- Verdade. Nem gorda nem essas modelos magrelas. Tem que ser durinha.

- Hmm

- Acho muito charmoso também mulher de cabelo curto. É diferente, sabe.

- Sei.

- E uma coisa estranha: todo mundo fala que tem tesão em baixinha, mas, eu piro mesmo é com uma Cláudia Raia dessas da vida, sabe, mulherão, altona.

- Alta, atlética e de cabelo curto? Já reparou que aquela judoca Edinanci Rocha cumpre todos os seus requisitos? Dá uns pegas nela.





O diabo invade a conversa de Miss Jones


- (cantarolando) Escravos de Jó jogavam caxangá ...

- Essa música é demônio puro. Pára de cantar isso.

- Vai começar com suas paranóias. Tomar no rabo com esses seus papos da tua igreja sinistra.

- Você que sabe, eu to te alertando.

- Cara, que pode ter de demônio na música? É uma canção folclórica de crianças.

- Aí que tá. Fizeram uma música pra louvar o diabo e disfarçaram numa melodia infantil e inocente pra que as pessoas não se dessem conta.

- Pois disfarçaram muito bem, porque eu não vejo nada de mal na música.

- Não vê? Impossível. Não vê porque não quer.

- Fala, então, que tem de capeta na música?

- Presta atenção: "Escravos de Jó". Tá vendo? Só no começo já se nota.

- O que?

- Ora, Jó não tinha escravos, tinha servos. Esse verso é pra difamar o personagem bíblico.

- E só existe um Jó? Tem que ser o da bíblia?

- Claro que é ele. Agora presta atenção: "Jogavam Caxangá". Caxangá, se você não sabe, é um jogo de macumba.

- Jogo de macumba? Como é que é isso? É macumba ou jogo, cacete? E outra coisa: Quem disse que macumba é do mal? Tem macumba pro bem também.

- Ah..macumba pro bem você deve estar de sacanagem. Fala isso porque ainda não foi salvo e não aceitou Jesus. Presta atenção agora nessa parte: "Tira, bota, deixa ficar"

- Que que tem?

- Como que que tem?

- Que que tem, caramba?

- Não vê? Não entende o verso? "Tira, bota, deixa ficar" ou seja "Tira o demônio, bota o demônio, deixa o demônio ficar"

- Cara, você é doente. Quem tá botando e tirando demônios na música é você.






Geladeiras


(Meu chefe conversando com um amigo seu que havia aparecido no restaurante. O sujeito era um espanhol endinheirado, coroa e barrigudo. Veio num iate acompanhado de um amigo também coroa e barrigudo e mais três jovenzinhas brasileiras de uns vinte aninhos. Seriam putas?)

- Não tava boa a paella?

- Ô.. e como tava.

- Mas sobrou um montão.

- Eu e meu amigo comemos bastante, as meninas que deixaram.

- Elas não gostam de paella?

- O arroz elas comeram bem, mas, não comem muitos frutos do mar. Têm medo. São brasileiras, a cultura deles é assim.

- Sério?

- É. No Brasil as pessoas não são muito de comer frutos do mar. Têm medo.

- Por que?

- É que frutos do mar estraga muito rápido, e como lá eles não tem geladeiras, não tem como conservar. Ou comem fresco ou jogam fora. Daí eles preferem nem comer com medo de estar estragado.






You know you're right

- Publicaram o diário do Kurt Cobain em livro.

- Eu vi numa livraria. Qual o nome mesmo que deram pro livro?

- With the lights out

- Isso mesmo. Lembro que não tinha gostado do nome.

- Por que?

- Meio incompleto.

- Que nome você daria?

- Sei lá. Talvez With the lights out it's less dangerous here we are now entretain us.

- Babaca.

- Sou mesmo.

24 de agosto de 2006

 

Histórias curtas pra quem tem preguiça de ler. (E pra quem não tem tempo de escrever)



A senhora que coloriu sua morte
(autor: El hombre maíz)


Era uma vez uma senhora que estava muito doente. Os médicos estavam tão desacreditados pelo seus estado de saúde que comunicaram à ela e sua família que lhe restavam pouco mais que três meses de vida. A senhora então, resignada por seu destino resolveu gastar os últimos dias de sua vida realizando seus últimos desejos. Um desses desejos era o de pintar um quadro. Ao menos um. Um que ficasse para a posteridade e representasse toda sua vida em cores.

Sempre quis ser pintora, mas, os filhos, o trabalho, o marido, toda a rotina sempre conspiraram para que ela adiara esse sonho até esses últimos dias. Comprou a tela, a tinta, os pincéis e pintou seu primeiro quadro. Ficou horroroso, obviamente, mas, a família entrou de acordo que a última coisa que a pobre senhora necessitava ouvir nesses dias era um comentário sincero sobre seus dotes artísticos.

Assim que a família não mediu elogios sobre a horrenda gravura pintada pela moribunda. E foi então que a senhora sentiu-se tão lisonjeada pelos agrados proferidos por sua família que resolveu pintar um segundo quadro. Algo mais completo e mais profundo. Mais do que sua vida em cores, queria uma mensagem para a humanidade que sobreviveria após sua morte. E todos entraram de acordo que seu segundo quadro não estava nada mal, caso tivesse sido pintado com os pés, mas, ela havia utilizado as mãos, as duas, ainda por cima. Mas, ainda assim, resolveram enaltecer sua obra.

E foram passando-se os últimos dias daquela senhora em meio a elogios descabelados por sua terroríficas pinturas. Pareciam piorar cada vez mais. Quanto mais confiança ela ganhava em si mesma, mais auto-crítica ela perdia e menos elaboradas eram suas telas. Não interessava se estava tentando fazer surrealismo, ou expressionismo, tudo parecia arte abstrata, e das más! Daquelas bem abstratas mesmo. Tão abstrata, mas, tão abstrata que tinha que se esforçar muito para encontrá-la, se é que ela existia.
A família ainda apoiava. – Coitada. Deixa ela morrer feliz. – Diziam entre eles.

Acontece que a senhora não morreu. Seja por milagre, seja por erro médico, àquela senhora ainda restavam muitos anos de vida. Anos esses que ela decidiu dedicar por completo à sua obra. Dizia que queria expor em museus, queria surpreender público e crítica. A família decidiu que o melhor a fazer seria contar a verdade sobre sua falta de talento, aliás, concordavam em que ela seguisse pintando, contratasse um professor para que lhe auxiliasse, mas, que fosse mais humilde em seus objetivos.

A senhora não deu ouvidos à sua família. Se afastou de seus parentes porque achava que estar entre ignorantes atrapalhava sua criatividade. Largou tudo pro alto pra começar sua nova vida como artista. Tentava todos as escolas, desde renascimento à dadaísmo, nada funcionava. Ultimamente dizia estar em sua fase pré-rafaelista que sabe lá Deus que bicho ia dar aquilo. Nenhuma galeria queria expor seus quadros. Seu avalista recomendou que ela deixasse de pintar em lenços e passasse a usar pedras desgastadas como tela, para que assim tentasse vender-las como pinturas rupestres, mas, ainda assim, teria que fazer um trabalho menos primitivo.

Anos mais tarde, deu-se conta de sua total inaptidão para a arte e pensou que melhor seria ter aceitado aquele destino que se havia apresentado alguns anos antes. Desejou ter falecido naqueles duros dias que havia passado doente. Teria sido uma morte mais digna. Resolveu então apressar seu destino e se suicidou. Até que algum dia alguém resolveu publicar a triste história da artista incompreendida que sobreviveu à doenças terminais, ao abandono e às mentiras de sua família e morreu solitária sem nunca ter vendido um quadro sequer. Hoje sua pinturas valem uma fortuna.




Moral da história: Arte carece de qualquer critério, e isso é bom e ruim.


 

Histórias curtas para quem tem preguiça de ler. ( E quem não tem tempo de escrever)

11 de Março
(autor: El hombre maíz)


O relógio soou como costumava soar todas as manhãs. Deveriam ser as seis e meia em Madrid. Hora que ela acordava pra ir pro trabalho. Ele desligou o alarme.Ela murmurou:

- Eu já escutei o relógio. Nao adianta escondê-lo que não vai mudar a hora.
- São seis da manhã ainda.
- Esse relógio não soa antes das seis e meia.
- Hoje sim. Eu botei pra despertar mais cedo pra ficar contigo um pouco mais.
- Mentiroso.
- Verdade.
- Tudo isso só pra ficar comigo meia horinha mais?
- Sim.
- E o que você quer?
- Aquelas coisas que a gente gostava de fazer quando tinha tempo.

E se amaram em plena manhã como há muito não faziam. Aliás, desde que ela começara a trabalhar naquela lanchonete, não se amavam mais nem pela noite. Chegava muito cansada. Alguns minutos depois ele comentou risonho ao pé do ouvido:

- Se eu fosse você me vestia bem rapidinho pra não chegar tão atrasada.
- Como assim?
- É que eu menti. Eram seis e meia quando acordamos.
- Canalha. Meu chefe vai me matar. Que que eu digo pra ele?
- Diz que eu tava te comendo. Ele vai entender.
- Palhaço.
- Vai entender sim. Ele é homem. Sabe que você é muito gostosa pra não ser tocada. Aposto que ele entenderia meu lado se você explicasse pra ele, mas, tem que usar essas mesmas palavras. “Chego tarde porque estava sendo comida pelo meu namorado”. Por que você não tenta?
-Porque eu não sou imbecil. Porque não quero perder meu emprego.
- Grande merda esse emprego. Faz hora extra todos os dias, que moral ele tem pra reclamar que chegou meia hora mais tarde?
- Vou nem responder. To saindo. Tchau. Te amo, seu imbecil.
- Te amo, sua gostosa.

Ela saiu para pegar o trem mais próximo. Ele voltou a dormir para logo despertar às dez da manhã e começar a trabalhar. Era um web designer autônomo, trabalhava sem sair de casa e podia se dar o luxo de escolher seu própio horário. Passaram-se as horas sem que ela voltasse. Pensou que estaria fazendo horas extras uma vez mais. Sentiu raiva do dono da lanchonete uma vez mais. Achava absurdo aquela exploração, não sobrava nada de tempo para estarem juntos. Quando viu que as horas continuavam passando sem nenhum sinal de seu retorno, resolveu telefonar pro seu celular. Estava apagado. Desligou o computador e foi sentar-se no sofá da sala. Resolveu ligar a TV, coisa que não fazia quase nunca. Só a utilizava para assistir filmes. Viu no noticiário algo sobre um atentado terrorista. Haviam explodido um trem. Às 7:39 da manhã. Aquele trem. O trem que ela pegou. O trem que ela nunca pegava. O trem que ela nunca pegaria se não fosse aquele joguinho naquela manhã.

Anos mais tarde alguém teve coragem de lhe perguntar:

- Nunca se arrependeu de ter mentido sobre a hora naquela manhã?
- Nunca. Só me arrependo de não ter mentido mais. Meia hora mais.

21 de agosto de 2006

 

Cortados possíveis


Quando eu morava no Brasil, só existiam dois tipos de café: preto ou com leite. Variava um pouco o nome, de acordo com a região, o café com leite pode ser chamado de média ou pingado, mas, não saía muito disso.
Quando vim morar na Espanha me deparei com uma classe nova: el cortado. É nada menos do que vocês podem ver nessa foto: café e leite, porém, um café muito pequeno pra ser considerado café com leite (geralmente servido em xícaras maiores) e que não pode ser considerado café preto porque leva leite. O cortado original leva 75% da xícara com café e os 25% restantes são de leite, daí a a suposta origem do nome cortado: o leite é só pra cortar o gosto forte do café, suavizar. Ainda me lembro da primeira vez que me pediram um cortado e eu servi um café com leite e ainda quis discutir com o cliente que aquilo era a mesma coisa.
Enfim, não sou o primeiro garçon a ter problemas com esse tipo de café, muito já foi escrito aqui na Espanha sobre a capacidade dos clientes de restaurantes em complicar algo que cabe num recipiente de 50ml e que você beberá de um gole só. Fora o fato de que o café da Espanha é bem ruinzinho (bebo chá desde que vim morar aqui), mas, isso é outra história.
Todo cronista espanhol que um dia trabalhou de garçon já deve ter escrito sobre isso, por isso quero ser mais específico. Cansado de ser surpreendido pela imaginação de meus cliente pra encontrar variações pra um cortado, resolvi colocar tudo num papel e descobrir o número exato de cortados possíveis matematicamente. Todas as maneiras que existem de misturar café, leite e açúcar.Porque a coisa não é assim de o carinha chegar lá e pedir um cortado e você colocar muito café com um pouco de leite numa xícara pequena. Nada disso! O cliente não quer um cortado standar. O cliente quer se mostrar criativo, então, depois da sobremesa, quando você se aproxima da mesa pra tomar nota dos cafés, prepare bloquinho e papel porque vai começar a tortura:

Etapa 1 - Café normal, descafeínado de máquina ou descafeínado de envelope? (Três possibilidades)
Sim, são onze da noite e o cara acaba se empanturrar de comida que não consegue nem andar, bebeu coca-cola a dar com pau e acha que são os 50 ml de café vão atrapalhar seu sono. Ainda se acha na direito de diferenciar o descafeínado da cafeteira do descafeínado que vem em envelopes individuais.

Etapa 2 - Mais café do que leite, mais leite do que café, ou metade-metade? (Três possibilidades)
Não sou eu que estou entrando em contradição. Acabei de explicar que o cortado sempre leva mais café do que leite, mas, nada impede que o sujeito peça o seu cortado com pouco café. Já disse, ele quer ser criativo.

Etapa 3 - Açúcar, adoçante ou Açúcar mascavo? (Três possibilidades)
Na verdade, o açúcar é um caso sério. Coloquei o açúcar mascavo à contra-gosto, já que onde trabalho só temos açúcar e adoçante, mas, é muito normal encontrar açúcar mascavo por aqui em qualquer barzinho, e acreditem, muita gente pede. Ignorei os pedidos mais absurdos como mel, açúcar em cristal, torrão de açúcar e afins. O leite condensado ficou de fora também, porque daí não se trata mais de um cortado, e sim, de um café-bombom.

Etapa 4 - Leite frio, quente, ou morno? (Três possibilidades)
Como eu disse, o leite ocupa só 25% do recipiente de 50ml, ou seja, para meus clientes é muito importante escolher a temperatura de12,5ml de leite.

Etapa 5 - Um envelope de açúcar ou dois? (Duas possibilidades)
Ignorando que me peçam três, mas, sei que um dia pedirão.

Etapa 6 - Com gelo ou sem gelo? (Duas possibilidades)
Aqui é muito normal tomar café com gelo. Então, há que levar além da xícara, um copo com gelo separado. No caso do café puro, às vezes pedem com gelo e limão, mas, estou ignorando o limão no caso do cortado. Estou ignorando também que me peçam gelo picado, porque minha paciência tem limite.

Etapa 7 - Leite integral, desnatado ou semi-desnatado? (Três possibilidades)
Obrigado Parmalat e afins por complicar minha vida. Que tal inventar um tipo mais de leite? Só três? Muito pouco! Que tal Desnatadíssimo ou duplo-integral? Que tal 75% desnatado?

Etapa 8 - Leite diretamente na xícara ou num recipiente separado? (Duas possibilidades)
Acreditem. Eles pedem assim.

Pronto. Todas as estapas cumpridas. Lembrando que estou ignorando pedidos absurdos que podem acontecer. Ignoro também qualquer igrediente diferente de café, leite e açúcar. Se o cliente pede que o café leve um pouco de licor ou de conhaque, passa a ser um carajillo, ou um trifásico, não um cortado. Meu chefe comentou que alguém pode querer escolher também a origem do café (brasileiro, colombiano, etíope..) e é verdade, mas, só numa cafeteria especializada mesmo. Onde trabalho todos sabem que temos Nescafé e ponto final.
Vamos ao cálculo? Matemática básica, basta multiplicar todas as possibilidades de cada etapa e veremos quantos cortados são possíveis salvo exceções:

3 x 3 x 3 x 3 x 2 x 2 x 3 x 2 = 1944

Isso mesmo: 1944 maneiras de pedir um cortado. Lembra até o slogan do Neston "Existem mil maneiras de prepara Neston, invente uma". E daí? Mil maneiras de preparar Neston? Pois, o cortado ganha do Neston com quase o dobro de pontos de vantagem. Você pode argumentar que nem todas as combinações são possíveis, como se o cliente pedirá gelo na etapa 6, não tem sentido escolher a temperatura do leite na etapa 4, mas, engano seu. Hoje mesmo, nesses exato dia que escrevo esse texto uma mesa me pediu três cortados com leite morno e gelo, ou seja, se um dia pretende vir pra Espanha ganhar a vida como garçon prepare-se para anotar pedidos como:

Um cortado descafeínado de máquina, com pouco café, leite desnatado frio num recipiente separado, com um copo com gelo e dois envelopes de adoçante.

Viu como é divertido trabalhar de garçon?

Atualizando: Faltou considerar a hipótese do cliente querer escolher na etapa 6 o número de cubos de gelo (costuma variar de 1 a 3). Faltou também a hipótese de na etapa número 3 o cliente pedir simplesmente sem açúcar e sem nada pra adoçar. Ou seja, só deu pra fazer uma aproximação mesmo, as possibilidades na verdade são infinitas.

 

Decodifico seu nome


Luisa Fochi

L - Letra que exempifica o movimento do cavalo no Xadrez
ui - Grito de dor
sa - Sociedade Anônima
foc - fogo, em catalão
hi - saudação em inglês

Logo: A sociedade anônima dos jogadores de xadrez gravemente feridos de queimaduras durante a execução desse esporte lembrou de você e envia saudações.

Faça igual a Luisa e deixa eu zoar com seu nome. A probabilidade de sair algo engraçado é pequena, mas, existe.

18 de agosto de 2006

 

Plágiar é coisa do Tiririca..poxa Luiz, a quem você se compara?


O que acontece quando você tem um blog com uma média de mais de 4 000 visitas diárias e resolve plagiar um texto polêmico sem se dar conta que talvez seu público alvo seja diferente daquele blog onde você sugou o texto? A resposta é uma caixa de comentários com mais de 100 evangélicos se sentindo ultrajados.

Aconteceu há mais de uma semana, mas, eu tava esperando o desenrolar da história pra depois contar pra vocês. Foi o seguinte: Um tal de Luiz Henrique, autor de um popular blog chamado Acidez Mental e Estomacal resolveu plagiar meu texto onde eu respondo um e-mail evangélico pra lá de estúpido onde atribuem a morte de certas celebridades à ira de Deus. Vocês devem lembrar desse texto.

Acontece que eu tenho apenas uns 40 leitores regulares, e são pessoas em geral bem-educadas e com certo grau de instrução, já quando você tem mais de 4000 leitores, é normal que entre esse tanto, encontremos pessoas menos felizes, é aí que entram os ultrajados. Quando eu publiquei esse texto aqui, não alcancei nem 5 comentários, e foi só de gente concordando com o que escrevi, já Luiz não teve a mesma sorte, basta ler a caixa de comentários do texto plagiado que vocês verão que alguns de seus leitores não ficaram muito contentes com ele, mas, até aí tudo bem, não creio que ele esteja abalado com isso, em geral essas pessoas até gostam de irritar seus leitores. Eu mesmo se tivesse a sorte de ser insultado por essa gente na minha caixa de comentários, me sentiria lisonjeado, já que nenhum deles refutou meus argumentos, apenas insultaram o pobre plagiador à torto e à direito. Enquanto eu, ao parecer, quando publiquei o texto aqui até meus leitores evangélicos parecem ter aceitado a brincadeira e nunca manifestaram nenhum descontentamento, e olha que não foi a primeira vez que peguei no pé de crente.

Então, tudo bem, seus leitores ficaram putos, mas, e eu? Eu fui o mais prejudicado na história, eu fui plagiado descaradamente, caramba! O cara se achou no direito de copiar e colar meu texto no seu blog sem dar o menor crédito, nenhum link, nem sequer uma nota como "Esse texto eu tirei de um blog por aí", nada! Publicou como se fosse dele. Pisada de bola inaceitável. O cara é blogueiro como eu, sabe desse lance chato de ficar copiando texto dos outros sem dar créditos e ainda assim o fez. Custava nada creditar. Já que gostou do texto o correto seria informar aos seus leitores que descobriu um texto legal e recomendar o blog, assim como eu faço quando encontro algo legal. Pra mim seria de muita utilidade, já que seriam 4000 pessoas sendo informadas que existe meu blog.

Entrei em contato com ele através do orkut e ele me informou que nem sequer conhecia meu blog, disse que recebeu o texto por e-mail e que era o fw do fw do fw, por isso nem se deu o trabalho de buscar a fonte, mas que agora ia dar os créditos merecidos. To esperando até agora, e como ele já atualizou seu blog umas cinco vezes desde que plagiou meu texto, e, até agora, nada de créditos, perdi as esperanças de que ele fosse realmente cumprir com sua palavra. Aliás, caí na real que esse lance de ter recebido o texto por e-mail foi uma baita conto do vigário, e vou dizer por que:

1 - No seu blog ele copia não só o texto, como copia também a figura do pastor discursando que eu utilizei para ilustrar o texto. Geralmente os textos recebidos por e-mail não contém gravuras.

2 - Fuxicando a caixa de comentários de seu blog, descobri que antes de ele plagiar meu texto, um de seus leitores havia deixado um link para meu blog recomendando um post meu. O tal link cai exatamente no texto que ele plagiou. Coincidência? Morde aqui pra ver se sai coca-cola!

Enfim, já passou, mas é uma pena que logo uma pessoa assim foi se interessar pelo meu texto. Tomara que da próxima vez eu agrade uma pessoa com mais caráter e receba meus créditos.

De qualquer forma, fica aí meu descontentamento contra um sujeito que se gaba de levar mais de 9 anos com sua página no ar. Descontentamento contra quem leva 9 anos plagiando, já que na sua página se nota que pouca coisa ali, ou nada, foi escrita por ele, e entre todos os textos que li, nenhum levava os créditos do autor. Descontentamento contra quem usa a net pra ganhar dinheiro com texto dos outros, já que ele não se esqueceu de colocar os anúncios do google adsense na sua página. Descontentamento contra aqueles que por não possuirem criatividade pra produzir algo legal, não entendem e não querem entender o que é querer ser reconhecido pelo que você fez. Descontentamento por saber que aqueles insultos religiosos, aquelas promessas de inferno na sua caixa de comentários deveriam estar sendo dirigidos a mim, eu mereço! Descontentamento por saber que agora que o texto foi publicado num blog popular, agora sim vai correr solto pela internet através de FW e será publicado cada vez mais sem os devidos créditos. Descontentamento pelo mau gosto do sujeito que entra aqui pensando em plagiar algo e copia logo um texto meia-boca que eu escrevi caindo de sono, quando bem melhor seria plagiar o poema do SAPO DO MATÃO que é genial, ou o texto A ORIGEM DA FIDELIDADE, ou a biografia do Carlinhos Itaberá, esses sim eu queria ver qual seria a reação quando expostos a um público grande.

Mas é isso, dessa vez não deu, não vou chorar. Queria aproveitar pra agradecer ao leitor Cláudio Tavares, o primeiro a se dar conta do plágio e linkar meu blog na caixa de comentários do Luiz. O que sim queria pedir à vocês é que me dessem uma forcinha básica. O plano é só invadir o scrap book desse cidadão no orkut e a caixa de comentários do seu blog (sempre no post mais atual e no post plagiado) e deixar ali um recado pra seus leitores avisando do plágio e deixando um link para meu blog. De preferência, um link pra esse texto que vocês estão lendo agora. É só clicar em "postar um comentário" logo abaixo, que na barra de endereços aparecerá o link que dá acesso direto a esse post que estou escrevendo agora. Enfim, posso contar como vocês?
Só mais uma coisinha: Sejam educados, o recado não será dirigido ao imbecil do Luiz, e sim aos seus leitores. Insultar o plagiador não lhe afetará em nada, depois de nove anos fazendo isso ele estará mais que acostumado com isso, deve até desfrutar lendo esse tipo de recados mal-criados. A idéia é só receber os créditos pelo meu texto através de vocês e expor o caráter dessa criatura para seus leitores.

Conto com vocês.

Blog do plagiador
Texto plagiado
Profile do plagiador no orkut
Acesso direto à caixa de comentários do texto plagiado

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12 de agosto de 2006

 
Só seria trágico se não fosse cômico

Buscando vídeos no youtube do Raul Seixas discutindo com o Flávio cavalcanti acabei encontrando essa pérola. Trata-se de uma breve entrevista onde o Raul explica o episídio em que quase foi linxado pelo público num show. Pelo que sei, os patrocinadores não tinham dinheiro para pagá-lo e espalharam um boato que aquele cara no palco não era o Raul, e sim, um impostor. Raul levou uma chuva de latinhas e foi parar na delegacia, chegando lá, levou umas bordoadas do delegado. O que tem de engraçado? Sei lá, esse jeitão hippie dele contando o incidente e explicando que o delegado agarrou ele pela barba.

10 de agosto de 2006

 

Alguém anotou a placa do caminhão?

O dia em que Maguila quase bateu as botas

Fazia tempo que eu buscava esse vídeo. Postaram no youtube há pouco tempo, já que mês passado eu andei buscando e ainda não tinha. Trata-se da famosa luta Adilson Maguila x Evander Holyfield, na qual nosso consagrado boxeador ídolo nacional quase empacota no meio do ringue. O mais legal foi descobrir que o vencedor desse combate adquiria direito a desafiar ninguém menos que ...MIKE TYSON! Putz! Vocês conseguem imaginar o Maguila levando uns sacodes do Tyson? Poxa, Holyfield, amargou nossa. festa.

9 de agosto de 2006

 

Papo da comunidade

Já somos 20 membros. Legal, mas, falta muita gente!

Lista dos desafetos que ainda não entraram na comunidade:
-Luisa
-Renato Pereira
-Nathan
-Lee Andrew
-Tatiana
-Gustavo Bastos
-Joel
-Roberto
-Pato Puto
-Carlos Quirino
-Lorena (ela não tem orkut)
-Yumi (Cobrei duas vezes já)
-Emilio (Acho que nao lê mais o blog)
-Ricardo (Também acho que não lê mais)
-Victor Tales (idem)

Bem que vocês podiam criar alguns tópicos lá, né!? Ou pelo menos reponder os que eu criei. O poema dadaísta que a gente tá fazendo em grupo ta ficando legal, mas, falta mais gente pra participar.

A minha maior intenção ao criar a comunidade eu já alcancei : Conhecer o perfil de quem me lê. E a grande revelação foi que ... não há perfil! Meus leitores não se parecem, não seguem uma linha de pensamento.

Outra coisa legal foi ver a cara de quem deixava comentários aqui, e a cara de quem me lê e nunca havia se manifestado. Entre os 20 membros, há uns 7 que nunca haviam deixado um comentário aqui no blog.

8 de agosto de 2006

 

Listas do pior que no mundo há



Mais 5 outros nomes que eu pensei em colocar nesse blog

1 - Chã patinho e lagarto
2 - The dog sucking a mango
3 - Pede pro seis soltar mais a bola, tu já é uma merda (esse era muito grande)
4 - Se eu fosse o Pelé, tomava café
5 - Ele é alto e tem bigode verde


5 bêbados ilustres que eu adoraria que me acompanhassem a tomar uns gorós

1 - Leonaldo Gomes
2 - Jeremias José
3 - Naldinho do Jaguaribe
4 - Boris Yeltsin
5 - Fernando Vanucci


5 vídeos legais que falta alguém colocar no youtube

1 - Qualquer jogada do Carlinhos Itaberá- De preferência a que ele bate o lateral pra fora.

2 - João Gordo expulsando os Los Hermanos do programa porque disseram que não gostavam de Ramones

3 - Qualquer vídeo do programa do Flavio Cavalcanti (nunca vi nenhum)- De preferência, um que meu pai contou que ele discute com o Raul Seixas.

4 - Marta Suplicy dando esporro no Jô Soares porque ele perguntou se ela usava calcinhas vermelhas (Se continuo sem encontrar esse vídeo, vou começar a acreditar que isso foi boato)

5 - Marcelo de Nóbrega apanhando da Luíza Ambiel (A modelo da banheira do Gugu) porque tentou desamarrar o biquini dela (outra historia que deve ser boato)



5 manias bobas que eu preciso perder porque já to bem grandinho

1 - Atender o telefone dizendo "arô" igual ao Didi Mocó- Pega mal quando é um telefonema sério. Uma vez atendi assim e era o chefe de uma empresa que eu tinha deixado currículo.

2 - Alimentar-me numa dieta baseada em biscoitos recheados e sorvete - Devo ser a única pessoa da minha idade que quando vai ao mercado leva esporro da caixa do mercado. Sempre os mesmos comentários: "Como é que você não engorda?" "Esse é seu café da manhã?" "Tua mãe deixa você comer isso?"

3 - Só cortar o cabelo quando todo mundo começa a fazer piadinhas - É sério, se ninguém falar nada, nunca vou ao cabelereiro. Sempre espero que comecem a me colocar apelidos ou então que comecem as piadinhas como "Po..o barbeiro tem família". Só assim me toco. Esses dias um cara que eu nunca vi na vida cruzou comigo na rua, tirou um papelzinho e me deu. Fui ler e era o cartão de um cabelereiro.

4 - Cada vez que cruzar com uma menina bonita, jogar aquele olhar como se fosse comê-la, e logo suspirar "Ah..se eu fosse homem" - É até engraçado ver a cara de decepção da mina, mas, queima o filme depois. Aposto que teria pego várias menininhas dessas se ao invés de fazer essa piada, tivesse dito algo bonitinho.

5 - Desenhar caralhinhos em tudo que é foto das revistas que vêm no jornal como suplemento dominical - Pega super mal quando eu esqueço de jogar fora a revista depois. Esses dia veio uma amiga dormir aqui em casa e, sabe-se lá como, encontrou uma revista dessas e começou a folhear. Logo de cara abriu numa página onde tinha um anúncio de lingeries com várias modelos de calcinhas onde eu tinha desenhado um caralhinho na bunda de cada uma delas. Só nisso ela já tava assustada. Logo, continua lendo a revista e do nada começa a me xingar de insensível, filho de isso e de aquilo. Quando pergunto o motivo da raiva, ela me mostra uma foto de página inteira de uma mulher onde eu tinha desenhado um caralho gigante na boca dela. Nem sabia de quem se tratava, simplesmente desenhei. Quando fui ver, era a porta-voz das vítimas dos atentados de 11 de março em Madrid. Foi muito difícil convencer minha amiga que eu tinha visto a foto, mas, não tinha prestado atenção na matéria da revista.

 

Idéia para um comercial de curso de espanhol


Cena 1

Um espanhol vai caminhando por Londres quando de repente entra numa farmácia e pergunta:

- Hay ampollas?
- Yes, you are.

(risadas gravadas para indicar que isso é uma piada e logo surge uma voz em off)
Se você não entendeu a piada, matricule-se no CCA (curso de castelhano almodovar)


Cena 2

Um sujeito espanhol entra numa farmácia e diz ao balconista:

- Yo quiero colgate.
- E yo, escupite e matate.

(voltam as risadas e a voz em off)
Não perca mais tempo. Curso de Castelhano Almodovar, você aprende sorrindo.

 

Já repararam que tudo fica mais chique em inglês?


I threw a wood on the cat

I threw a wood on the cat - at -at
But the cat - at -at
Didn't die - ie - ie
Miss Chica -ca
Got stoned - oned - oned
For the scream
For the scream the cat did
Meow!

7 de agosto de 2006

 

O artista da semana





Banksy

Contracultura é isso aí, o resto é sacanagem. Se eu não tivesse trabalhado de meio dia à meia noite hoje, eu tentava escrever algo mais elaborado sobre o trabalho de Banksy, mas, como estou morrendo de sono, me limito a passar o link de sua página que contém muitos de seus desenhos, grafites e montagens, além de recortes de jornais comentando suas "ações".
Banksy é um artista de vanguarda inglês que faz um tipo de arte política burlona, e é famoso pelo seu hábito de entrar em museus para pendurar seus quadros em meio a obras consagradas para medir quanto tempo demoram em se dar conta da farsa.
Além do mais, espalha grafites criativos pelos muros ao redor do mundo, inclusive no muro de Israel (Segunda foto de cima pra baixo).
Confiram.

6 de agosto de 2006

 
Mexendo no baú de recordos



Fuxicando nos meus arquivos guardados no PC acabei encontrando esse vídeo. Nem lembrava dele. Não é engraçado, nem tem nada de mais, é só um vídeo clip que um amigo meu gravou com fotos da nossa companhia de teatro e resolvi postar aqui pra deixar vocês fuçarem minha vida, já que to sem saco pra escrever algo engraçadinho hoje e um pouco de blog diarinho não faz mal à ninguém.
Me emociono quando vejo esse vídeo porque lembro da minha estréia no teatro e todo aquele nervosismo bacana. Fazia um cômico e lembro de todo o grupo me alertando que meu personagem tava muito bem feito, que todo mundo ia gostar, e eu, como sempre, super inseguro. Quatro meses de expectativa depois, veio a hora de meter a cara em público e eu só lembro de mal aparecer em cena, e já começaram as risadas.
Aí já me soltei, improvisei e nem queria sair mais dali. Quando me retirei da cena, vieram os apalusos para o meu mutis e já tava todo mundo lá no camarim me esperando pra abraçar. Logo , no intervalo para o segundo ato veio o diretor me dar os parabéns e enquanto eu estava ali detrás das cortinas ajudando o pessoal a preparar o cenário escutei alguém do público comentando que esse tal de Don Mirlo (meu personagem) era muito engraçado.
Emoção total. Talvez o dia mais feliz aqui em Ibiza.
Eu apareço aos 40 segundos e na foto final onde está toda a companhia eu estou sentado bem no centro.
Pronto, voltamos à nossa programação normal, diarinho de cu é rola.

5 de agosto de 2006

 

Decodifico seu nome


Isabella Belem

I - A vogal do pingo
sabe - Possui conhecimento.
llab - De trás pra frente forma BALL, que quer dizer bola em inglês.
elem - Mele, de trás pra frente.

Logo: Há que saber colocar os pingos nos Is antes que até as bolas se melem.

Faça como a Isabella e deixa eu avacalhar seu nome.

 

Decodifico seu nome


Marcos Damag

Mar
- Oceano.
co - Carbono e oxigênio. Elementos formadores do gás carbônico, um poluente do ar.
s - Letra do uniforme do superman.
dama - Mulher
g - Grande, talha de camisa.

Logo: Tanto no mar quanto na poluída atmosfera, nem superman jamais será páreo contra a mulher gorda.

Faça como o Marcos e mande seu nome pra eu zoar. Eu sou legal.

 

Decodifico seu nome


Lorena Leonor Molina Boyer

- Tipo de pão
rena - Animal que puxa o trenó do Papai Noel
leon - Leão em espanhol
or - Ouro em francês
moli - Moí (passado do verbo moer) em espanhol
nabo - Tubérculo que no linguajar espanhol possui duplo sentido
yer - De trás pra frente forma-se REY, que significa rei em espanhol.

Logo: O pão alimenta as renas que alimentam o leão que protegerá o ouro que será moído para adornar o nabo do rei.

Faça como a Lorena e me mande seu nome para que eu possa desvendar seu significado e esculachá-lo sem dó nem piedade.

4 de agosto de 2006

 

Vote em Democracia Nacional e me façam feliz.

Eu sou branco, heterossexual, metade espírita/metade ateu (entenda-se ateu com medo de fantasmas), sou carioca e de classe média, ou seja, quando morava no Brasil jamais fui vítima de nenhuma classe de preconceito. Era até chato, sempre quis fazer parte de uma "minoria" (negro ou pobre são minorias no Brasil?) e poder reclamar e botar a culpa de todos meus males no preconceito da sociedade. Queria muito mesmo! Queria poder fazer igual o Rivaldo que quando foi criticado pelas suas más atuações pela seleção brasileira, disse que pegavam no seu pé só porque era nordestino( Se ele não tivesse dito, nem me daria conta de que era nordestino). Fazer igual ao Celso Pitta que dizia que lhe perseguiam por corrupção só porque era negro e de origem humilde (perseguiram o Collor e o PC Farias também, e daí!? Tudo preto, né? Se colocar o Mussum ao lado dos dois, não sei quem é quem). Fazer como meu amigo que alegava que o goleiro Wagner do Botafogo não era chamado pra seleção só por ser negro (Enquanto isso, Dida exibe suas longas mechas loiras).
Mas, não queria apenas uma desculpa pra meus fiascos, queria algo mais. Queria ser a "vítima gente boa", como, aqueles negros que contam piadas de negros e todo mundo fica dizendo "-Viu como o cara é cabeça? Sabe levar as coisas na brincadeira. Faz piadas consigo mesmo."
Que inveja! Que vontade de contar piadas de brancos em meio a um grupo de negros pra todo mundo dizer que eu era um rapaz cabeça. Mas, tem piada de branco? Só se o Mano Brown andou inventando, e ainda não me contaram. Enfim, como desejei ser negão pra contar esse tipo de piadas sem remorços, sem ter que olhar pra trás pra ver se não tinha algum negro mal-humorado por perto. O máximo que eu me atrevia em fazer nessa época era esperar o 13 de maio pra ligar pra meus amigos negros e lhes dar os parabéns pela abolição dos escravos. Às vezes ligava no dia 12 e dizia "Amanhã vão te libertar, mas, hoje você ainda tem que vir aqui lavar a louça que a pia tá uma porcaria só." Mas, só com os amigos de mais confiança podia brincar assim.
Hoje sou um rapaz realizado. Finalmente me encaixei numa minoria. Sou imigrante! Viva! E mais: sou sulamericano! Que delícia! Tenho até um nome pejorativo: SUDACA! (Dizem que deriva de "sudamericano cagão). Claro que eu poderia disfarçar e dizer que tenho descendência européia, assim como os negros que disfarçam se denominando como "moreno escuro", mas, não! Eu quero ser SUDACA! Quero olhar de cara feia cada vez que alguém me chame de sudamericano, como se isso bastasse pra ser considerado ofensa. Quero dizer que não me deram tal emprego só porque sou sudaca (Cansei de dizer). Quero falar que fulaninha não quis dar pra mim porque é racista! É maravilhoso, vocês precisam experimentar! E mais: Quero contar piadas de sulamericanos no meio dos europeus pra que me considerem um cara cabeça. Gosto muito disso. Gosto de andar pelas ruas e encontrar cartazes como esse acima. Pertence a um partido de extrema direita que gosta de colocar a culpa de todos os males da Espanha na imigração. Visitem a página deles e veja quantas coisas legais eles dizem. Acreditem, ler estes cartazes pelas ruas de manhã cedo me dá uma força incrível. Obrigado, Democracia Nacional, por ajudar a realizar meus sonho de me sentir vítima de preconceito.
Pra terminar, vou contar umas piadas racistas sobre sudamericanos, mas, não pensem que estou menosprezando minha própria raça, sou apenas um rapaz cabeça que sabe levar as coisas na brincadeira e rir de si mesmo.

Piadinha 1

Um brasileiro, um colombiano e um equatoriano que vivem na Espanha estão dentro do mesmo carro. Quem dirige?

R: La Guardia Civil AHHAHAhahahahahahHAHAhah Essa foi só pra aquecer.


Piadinha 2

Um brasileiro, um escocês e um Espanhol vão fazer uma viagem de balão. De repente o balão começa a cair e eles têm que se livrar do excesso de peso. Primeiro vai o brasileiro e joga uma caixa cheia de cachaça. Os outros reclamam.

- Po! Cachaça da boa essa e você joga fora? Não tinha nada de menos valor?
- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão - respondeu o brasileiro.

Logo vai o escocês e joga uma caixa de scotch. Os outros reclamam.

- Po! Uísque escocês caríssimo e você joga fora?
- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão. - respondeu o escocês.

Logo vai o Espanhol, agarra o brasileiro e arremessa pra fora do balão.

- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão.

AHAHahhahahahahHAHAHAHahhAHAhahahA Nossa! Essa foi mais elaborada.


Piadinha 3


Estavam na maternidade um espanhol, um brasileiro branco e um angolano. Seus bebês haviam nascido praticamente no mesmo instante e o médico veio lhes informar que haviam perdido a etiqueta dos bebês, mas, que era muito fácil resolver o problema, bastava que entrassem um por um e buscassem traços familiares nas crianças. O espanhol insistiu pra entrar primeiro. Ao cabo de meio minuto, saiu dali carregando um bebê negrinho nos braços. O angolano lhe advertiu:

- Opa! Não tá vendo que esse aí não pode ser seu filho?
- Tá, mas, tu acha que eu vou arriscar de levar o brasileiro?

AHAHAhahahahahhHAHAHhAhaha Caramba! Como eu sou cabeça!

3 de agosto de 2006

 

Tio, quando eu crescer quero ser como você.

Carlos Castilho

A primeira vez que vi algo sobre Castilho foi quando era criança lendo uma matéria no caderno de esportes de um jornal carioca. Era um especial sobre goleiros, e tinha uma foto de meia página de um goleiro estirado no chão defendendo uma bola. A legendo dizia "Castilho (sem luvas), em uma de suas atuações pelo Fluminense". Aqueles parêntesis resultaram interessante pra mim. Imaginar um goleiro profissional sem luvas era intrigante. Depois descobri que era normal naquela época.
Descobri mais coisas também, como, por exemplo, que Castilho foi para muitos o maior goleiro do Brasil, e entre esses "muitos", inclua-se o mestre Telê Santana.
Descobri que Castilho era daltônico e achava que isso lhe favorecia, pois, enxergava as bolas amarelas como vermelhas, muito mais chamativas, porém, se sentia prejudicado quando jogava à noite com bolas brancas.
Descobri que Castilho foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Fluminense (702 jogos, sendo que em 255 partidas, ele não sofreu nenhum gol) e que disputou quatro copas do mundo (de 50 até 62).
Descobri que Castilho, contrariando a tradição dos goleiros da época de jogarem vestidos de negro, optou por uma camisa azul justamente para ser confundido com as cadeiras do maracanã (também azuis) e deixasse assim de ser um ponto de referência para os centro-avantes. A medida funcionou, certo jogador rival comentou que "Se já era difícil fazer gol no Castilho, agora que ele está invsível, é quase impossível."
Descobri que Castilho tinha o apelido de "leiteria", que era a gíria da época pra designar alguém de muita sorte. O apelido se referia ao fato de que além da dificuldade de fazer com que as bolas passassem por suas mãos, não era raro que tais bolas explodissem na trave, inclusive, mais de uma vez no mesmo lance.
Descobri que Castilho, quando lesionou pela quinta vez o dedo mindinho e descobriu que teria que ficar meses em recuperação, perdendo assim a oportunidade de jogar as partidas finais do campeonato carioca, contariando sua esposa e os próprios médicos, autorizou que lhe amputassem a metade lesionada do dedo, voltando aos gramados assim em duas semanas.
Descobri que Castilho infelizmente se suicidou aos 60 anos de idade em 1987 jogando-se de seu apartamento em Bonsucesso em meio a uma crise de depressão.
Descobri que irão inaugurar um busto em sua homenagem nas Laranjeiras, e que para custear o projeto estão vendendo réplicas em número limitado de sua camisa nas três cores que ele costumava usar: cinza, negro e azul. EU QUERO!

"Suar a camisa, derramar lágrimas e dar o sangue pelo Fluminense, muitos deram. Sacrificar um pedaço do próprio corpo por amor ao tricolor, somente um: Castilho"

2 de agosto de 2006

 
A casa dos desenhos

Não sei se já chegou no Brasil esse desenho da MTV. Até agora só encontrei em inglês e em espanhol. Dêem uma assistida, esse é o primeiro episódio e está em inglês. Quem gostar, basta procurar no youtube por "Drawn togheter", ou "casa de los dibujos" para ver em espanhol.

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