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24 de outubro de 2007

 

A vida é uma escola



Retransmitindo minha sabedoria adquirida ao longo dos anos:

Lição 1

O campo de futebol onde eu jogava bola era separado da piscina do condomínio por um enorme muro. Uma vez um amigo deu uma bicuda tão forte na bola que ela atravessou o muro e foi cair na piscina. Ainda que fosse já noite tivemos a sorte (ou não) do síndico geral estar ali naquele momento conversando com o carinha que limpava a piscina, e deste modo não precisaríamos pular o muro pra pegar a bola.

Chegando na porta da piscina encontramos o síndico de cara amarrada. Disse que não ia devolver a bola porque estávamos jogando pedras por cima do muro para a piscina justo antes da bola ali cair. Porém, disse que se o responsável pelas pedras se acusasse ele devolveria a bola.

Saímos dali sem entender nada, ninguém sabia de pedras atiradas, até que um companheiro nosso nos informou que realmente esteve jogando pedras para a piscina durante o jogo. Depois de muita insistência convencemos o sujeito a ir lá dar as caras ai síndico para que recuperássemos a bola.

- (nós) Taqui ó! Era ele que estava jogando as pedras, não foi?

- (moleque cabisbaixo) Foi.

- (síndico muito puto) - O que? Você tava tacando pedras pra cá?

- (moleque tremendo) - É.

- (síndico mais puto) E por que tava tacando pedra pra cá? Você é retardado, animal? Quase volto pra casa com a cabeça rachada porque um imbecil tava jogando pedras por nada.

- (moleque querendo morrer) Não sabia que tinha gente na piscina essa hora.

- (síndico descontrolado) E se não tivesse ninguém pode encher a piscina de pedra? Você é doente? Quando você vem pra piscina você vê alguma pedra pelo fundo?

- (moleque em pânico) Desculpa.

- (síndico já saciado) Tem desculpa porra nenhuma não. Sai da minha frente antes que eu te dê umas porradas.

- (nós na expectativa) E a bola?

- Tem bola porra nenhuma não.

- Mas você prometeu.

- Prometi o que?

- Que se ele assumisse você devolveria a bola.

- E daí que ele assumiu? Quê que isso muda? Vão pra casa de vocês que já to de saco cheio.


Moral da história: Não saia selando acordos por aí sem estar seguro das intenções da outra parte.




Lição 2

Eu trabalhava em Ibiza junto com uns brasileiros fazendo reforma na casa de um norte-americano endinheirado. O cara era muito simpático, pagava bem, ficava de papo com a gente e uma vez o pessoal combinou de dar um passeio junto com ele no fim de semana. Eu não quis ir, e quando foi na segunda-feira vi que o homem tava muito sério e constrangido.

- Que que aconteceu com o Estéfano?

- Ué? Não ficou sabendo?

- Não.

- Quando tava voltando pra casa no dia que a gente saiu junto ele atropelou um cara.

- Xi..

- E o pior é que veio a polícia e ele tava bêbado.

-Ai ai ai...

- Tava bêbado e atropelou o rapaz na porta de um puteiro.

- Cacete!

- Mas o pior vem agora. O rapaz que ele atropelou bêbado na porta do puteiro tinha acabado de ser atropelado cinco minutos antes. Tava no chão sendo socorrido pelos médicos quando ele veio atropelar o infeliz pela segunda vez.

Moral da História: Há dias que são noites, mas há noites que são mais noite ainda.


Lição 3

Nos últimos dias de aula do segunda grau faltava ainda um trabalho em grupo pra entregar e combinamos na casa de um amigo nosso pra terminar a tarefa. Chegando lá, depois de umas horas de serviço a mãe dele veio servir um lanche pra gente, uns pães de queijo com suco.

No meio daquele clima de bagunça que sempre acompanha os trabalhos em grupo na casa de alguém, e somando a isso que a mãe do garoto era muito brincalhona e eu já a conhecia há alguns anos, resolvi soltar uma piadinha inocente que os pães de queijo estavam muito bons, mas que eu gostava mesmo era do cachorro quente que vendia em Marechal Hermes, um bairro ali perto famoso pela enorme quantidade de barraquinhas de lanche.

Depois disso veio a formatura e nunca mais encontrei com o dono da casa ou com sua mãe, já que morávamos longe e ainda por cima eu já começaria a morar fora do país dois anos depois.

Um dia, sete anos mais tarde, quando já éramos adultos de barba na cara que trabalhávamos pelo nosso sustento, uma amiga que eu tinha em comum com ele soube que o garoto estava pensando em morar em Portugal. Ela então contou pra ele que eu estava na Espanha e que daria o telefone da minha casa na Europa pra ele entrar em contato comigo caso precisasse de alguma ajuda. O camarada se irritou pra caramba com a sugestão dizendo que dispensava minha ajuda e que jamais voltaria a me procurar em sua vida porque eu sou um crápula que tive a ousadia de um dia dizer que o temível cachorro-quente de Marechal Hermes era melhor que o pão de queijo de sua mãe.

Moral da História: Quando sua vida estiver monótona o bastante, não se desespere. Resta a opção de ficar inventando mágoas.


***

No mais, Zaratrusta me desafiou a escrever uma crônica com uma lebre, Ernest Hemingway e uma garota de programa. Está sendo estudado o caso.

Aristides Leitão não respondeu se vai correr do meu desafio de escrever com o Capitão Nascimento, Danoninho e um Samurai.

Comments:
Eu sei que vc tem cara de milho, mas espero que nao amarele nesta.
 
Eu voltei a ler essa porra tem um tempao mas nao comentei porra nenhuma auheauehauhe
Mto true esse post, apesar de ser uma merda eu fiquei rindo lendo isso(qual a graça?)
 
O sujeito da lição 1 lembrou-me eu mesma dando aula...

preciso rever minha prática :/ (ou não)
 
olá, parabéns pelo blog!! ;D

eu sou de tupã/SP

eu so queria um contato seu, para te fazer algumas perguntinhas..
nao vou tomar nada do seu tempo juro ;D

qualquer coisa meu email é elcamposlmz@gmail.com

so sou louco para morar e trbalhar em Ibiza..

queria saber como posso conseguir isso?
num sei nem por onde começo?

atenciosamente Éder Lima
 
Aristides vai escrever sim!



Ele esteve muito ocupado esses dias. Mas espera mandar um belo conto na semana próxima. Aguarde. Já vos adianto que receberá em troca um desafio de arrancar o couro!
 
Oie, legal o glog, já add nos meus links. Você tem cara de milho e está de férias no Rio, tomara que as coisas não esquentem muito por ai. ou, que esquentem muito, sei lá o que desejas, talvez acordar com a cara toda estourada seja uma opção. A segunda lição é pura verdade, tem noites que nem se deve comentar. Abraço.
 
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