.comment-link {margin-left:.6em;}

26 de novembro de 2007

 

Desafio dos blogueiros contistas




Aristides Leitão já concluiu o seu desafio. Ele tinha que escrever um conto com o capitão Nascimento, um Samurai e Danoninho. Acabou contando sobre as peripécias onanistas do capitão do Bope. Só esqueceu de dar um título ao conto. Ficou assim:


Texto do Aristides


Nas horas vagas, entre a limpeza de um obus ou de uma daquelas armas que deixam a cara do sujeito imprópria para o velório, o Capitão Nascimento gostava de relaxar. E lia os seus romances, religiosamente. Aprendera com a mãe. Com o pai, aprendera a ter a disciplina e a paciência que o tornaram tão apto ao ofício.

Com a mãe, a amar as histórias em papel-jornal. Primeiro lera “Sabrina”. Depois, os romances de Sidney Sheldon – adorava as cenas tórridas. Excitava-se com elas. Tivera as suas primeiras experiências solitárias após ler “O Reverso da Medalha”, imaginando aquela mulher, Kate, coberta de diamantes, gritando de prazer enquanto ele a possuía com a violência de um animal carnívoro.

Lera um, não se recordava o nome, no qual um samurai sacrificava a vida da donzela traidora em nome da sua honra. Fugiam-lhe os detalhes; na memória ficara o final, deslumbrante e grandioso. Lia e repetia em voz alta para si: “... e um rubro fio de sangue correu do níveo seio da donzela apunhalada como uma víbora de coral num mármore pagão." Gritava esse final (o melhor de toda a Literatura, para ele), atirava-se no chão e entregava-se novamente ao prazer solitário, uma, duas, três vezes seguidas. E, deitado no chão, entorpecido, imaginava-se um samurai cortando a moça ao meio na espada e sentindo o sangue escorrendo.

Ele então a abraçava e a beijava, misturando sangue e saliva. Aquela cena macabra o extasiava e o assustava. Remetia-lhe à infância, à imagem dos Danoninhos que devorava sempre que sua mãe voltava do mercadinho do bairro onde trabalhava. Não sabia se a cor vermelha dos potinhos ou a consistência pastosa do Danoninho tinham alguma coisa com aquilo tudo. Talvez a excitação de comer montes daqueles Petit Suisses, de maneira descontrolada e feroz, se aproximasse daquela excitação não tão pueril de sentir-se coberto com o sangue quente que se esvaía dos despojos da bela mulher.

Nem sua esposa e nem seus colegas da corporação conheciam esse lado do Capitão e ele achava-se um pouco anormal por sentir prazeres tão estranhos. Mas logo voltava a si - lembrava de um Cabo da PM que fora seu amigo noutros tempos e que só conseguia ter ereções por mais de cinco minutos enquanto estivesse usando fraldas descartáveis e cheirando suas próprias cuecas sujas. E a mente do Capitão se pacificava - com samurais, gueixas e Danoninhos. Tudo aquilo, afinal, dava mais humanidade àquele homem cercado de fanfarrões e guerras de quadrilhas.


***

O desafio dele pra mim foi: Opus Dei, proctologista e raio laser.

Antes tenho que concluir o desafio do Zaratrustra, que era do Ernest Hemingway, garota de programa e lebre.

Em que que eu fui me meter ...

Comments:
Achei melhor sem título. Pensei em 'Cenas fortes excluídas de TROPA DE ELITE'. Mas sei lá... Acho que o bizarro se perde. Fica explicadinho demais...


Só tiraria a palavra "quente" da linha 22 e trocaria a palavra "sentia-se" da linha 25 por "achava-se". Sempre me arrependo depois de escrever... Se puder editar o post. Ha, fica como a 2ª edição!
 
eita...O_o
 
Postar um comentário



<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

eXTReMe Tracker