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23 de dezembro de 2008

 

Isso tá começando a parecer um blog





Cara de Milho com visual novo, é isso aí! O novo cabeçalho foi presente de Natal do Hemetério, esse é o rascunho que ele tinha mandado antes pra ver se eu aprovava. Eu só tinha feito duas recomendações: que a ilustração fizesse referências à Espanha e ao Fluminense. O resto foi por conta da criatividade dele.

Pra quem não sabe, Hemetério é um grande cartunista cearense que eu tive a oportunidade de conhecer nas minhas férias com os leitores de 2006. Lá em Fortaleza ele me mostrou um pouco do seu trabalho, que está espalhado por alguns murais da cidade, em seus livros, e até nas paredes da sua casa. Se vocês entrarem na casa dele verão que o cara só pode ser cartunista, é a casa mais desenhada do mundo, sonho de toda criança.

Acontece que esse ano as coisas começaram a sair muito bem pro lado dele. Apesar do vexaminoso vice-campeonato na Liga dos Desocupados depois de liderar de ponta a ponta, o rapaz não se abalou e andou sendo premiado com o primeiro lugar em cartum no salão carioca de humor e publicou livro novo, o que acabou rendendo tardes de autógrafos, pedido de palestras e até aparições na TV. Então eu resolvi tirar proveito logo de seus dotes artísticos antes que ele ficasse muito requisitado (e caro) e encomendei esse cabeçalho pro blog.

Como não chegamos a um acordo de preços, ficou aquela coisa de "gentileza gera gentileza", então preparei um pequeno obséquio que Hemetério receberá pelo correio dentro de uns dias (ou semanas, depende do carteiro).

Esse é o livro novo do Hemetério, que conta a história da Revolta da Chibata:


Eu to esperando sair meu décimo terceiro pra comprar o meu, que virá autografado. Tem em qualquer livraria.


Nota: Acabo de receber um e-mail informando que esse novo livro do Hemetério foi eleito pelo jornal O Globo, a melhor HQ do ano de 2008.


Nota 2: Logo atrás da cruz da Sagrada família há um estranho objeto que eu ainda não identifiquei. Estou em dúvida entre uma lâmpada, uma balão ou um chapéu de cozinheiro.

No canto superior direito da imagem há algo parecido a um disco voador, mas parece uma espécie de Deus também.

No mais, só senti falta dos tentáculos misteriosos que sempre aparecem em suas gravuras e até agora não fui capaz de encontrá-los na minha. (deve estar embaixo d'agua).

Nota 3: To pensando em mudar de visual cada ano. Se há algum outro leitor cartunista interessado é só se manifestar: o acordo é assim: preço ou obséquio. Para leitoras cartunistas podemos negociar em favores sexuais também.

19 de dezembro de 2008

 

Já fez sua retrospectiva hoje?






Tá chegando final do ano e o pessoal vai preparando as listas de melhor e pior, e então como hoje eu trabalhei até tarde, e ontem eu fui no jantar de fim de ano da empresa e bebi como um camelo e sabe lá como eu fui dormir no teto de um trator estacionado no meio de uma rua que estava em obras e fui acordado gentilmente por um guarda às 5:30 da manhã, de modo que não tive tempo pra preparar texto nenhum. Então resolvi fazer já minha lista com os 3 melhores posts de 2008, na minha opinião. Assim vocês tem o que ler enquanto curo a ressaca.

Nota: Dizem que eu peguei uma menina na boate que fomos depois da janta. Estou com medo de saber quem é.

1 - Rondó - Publicado no Wagner e Beethoven

2 - O drama no Elevador - Publicado no Mundo Gump

3 - A paz é amor e alegria - Publicado no Refluxo Gástrico



Se alguém conhece mais blogs que publiquem conteúdo dessa qualidade, deixa a dica nos comentários.


17 de dezembro de 2008

 

Sobre o tempo em que tudo isso era tabu






Vai ter gente que não vai acreditar, mas vou falar assim mesmo: antes da popularização da internet havia pessoas que nunca tinham ouvido uma piada. É sério! Havia gente que vivia sua vida normalmente, trabalhava, comia, fazia sexo, dormia e surrava os filhos com câmaras de bicicleta sem nunca ter escutado ou contado uma piada até o dia de sua morte. E não eram poucos, chegava até a ser algo corriqueiro.

Eu coloco a internet como uma base porque ela ajudou sim a popularizar o humor. Hoje qualquer um pode ler ou criar um blog de piadas (é, né!?), gravar ou assistir vídeos engraçadinhos, enviar e receber e-mails com piadas de loira, de modo que é impossível você ter acesso a internet sem nunca ter sido vítima de uma tentativa frustrada, ou não, de fazer rir. Aliás, tente eliminar todo o conteúdo humorístico da web, o que sobra? Museus online (cantam os grilos: cri cri cri)? Salas de bate-papo (zzzzzzzzzzz)? Notícias que você já leu no jornal (bola de feno passando)?Pois é, hoje convivemos com o humor cada dia, mas não foi sempre assim, não.

Entre quinze e vinte anos atrás, isso que hoje é cool era então um tabu. As mesmas pessoas que hoje acessam um kibeloco da vida sem remorsos, tempos atrás morreriam de vergonha de entrar numa banca de jornal e comprar uma revista MAD ou serem flagrados lendo as tirinhas do Angeli no jornal. Escrever um texto engraçadinho então era algo inimaginável pra essas pessoas, ainda que muitas hoje tenham virado comediantes conceituados na blogosfera.

Daí você me pergunta: mas, como pode ser isso possível? Uma pessoa nunca ter ouvido uma piada? Não tinha televisão pra assistir Chaves, TV Pirata, Os Trapalhões, Escolinha do Professor Raimundo... E eu respodo: sim, tinham televisão e assistiam todos esses programas, só que não viam como algo humorístico. Nem sequer davam risada. A televisão era só uma ferramenta de integração social, assistiam as comédias porque sabiam que outros assistiam e queriam ter sobre o que conversar no dia seguinte, mas daí pra captar o humor do Seu Madruga já são outros quinhentos.

Você ainda não convencido me pergunta: E passavam a vida inteira sem dar risada? E eu respondo: Claro que não! Essa gente dava muita risada! Quando alguém caía de bunda no chão eles morriam de rir! Se fosse um gordo caindo, então era mais engraçado. Se ao invés do gordo, fosse uma gorda, tinha gente que até se mijava. Se estivesse chovendo, pra gorda ir patinando no chão molhado até a fatal queda, daí era risada pra uma semana. Sua essência humorística se resumia a isso, uma constante espera de flagrar alguém se estabanando. Então, se pra você uma pessoa tropeçando pode ser classificado como piada, pare de ler por aqui, esse texto não é pra você.

Ainda que o tombo da avó do meu primo num churrasco em Santa Catarina é uma das cenas mais engraçadas que eu guardo na memória, aquilo foi apenas engraçado. Um fato engraçado é diferente de uma piada. As pessoas que nunca ouviram uma piada só conseguem rir do humor involuntário. A partir do momento que precisam fantasiar algo irreal para provocar o riso, já se sentem incapazes. Uma piada é uma invenção, uma cena que nunca ocorreu, uma frase que nunca foi dita, uma pessoa que nunca existiu. Mas, pra certas pessoas o raciocínio é outro: Se não aconteceu, é mentira, e mentiras não são engraçadas.

Eu sei que pode soar pedante eu estar aqui classificando o que é piada e o que não, afinal eu sou mais um blogueirinho qualquer e pode que você nunca tenha soltado uma gargalhada lendo minhas histórias, mas uma coisa eu afirmo: do meu pai você riria. É isso, eu tive berço, por isso me sinto habilitado a falar dessas coisas. Meu pai é um excelente piadista, meus amigos e parentes adoravam escutar aquelas piadas que eu já tinha ouvido dezenas de vezes. Através dele eu já escutei tanta piada, que hoje eu passo por uma livraria e não sinto a menor curiosidade em abrir um livro de anedotas, porque sei que já conheço a maior parte do que está ali. Enquanto eu já conhecia todo o repertório do Costinha e do Ari Toledo, meus amigos na rua tinham como o "rei da graça" um vizinho meu cuja piada mais significativa era a dos tomates japoneses atravessando a rua, que era um remake da piada dos tomates atravessando a rua, só que agora em japonês. De fato, essa era a única piada que ele conhecia, mas como ninguém conhecia nenhuma, o rapaz virou um ícone do humor no bairro.

Mas não é que as pessoas fossem mais cisudas e carrancudas uns anos atrás. Como eu já disse, humor era tabu. Tava na educação recebida por essas pessoas, que graças a Deus (ou a Darwin) eu não recebi. Assim como hoje uma mãe ensina um filho a fugir das drogas e da programação da Tv de Domingo, naqueles tempos ensinavam a fugir de piadistas: "-essa gente que quer te fazer rir é estranha, filho." Eu tinha, por exemplo, um amigo de infância cuja mãe estava preocupada com a quantidade de besteiras que eu falava quando estávamos brincando, assim que um dia fui chamá-lo em sua casa e ele me respondeu que sua mãe o tinha proibido de brincar comigo, porque eu era "muito bobo". Ao cabo de uma semana ele foi à minha casa e disse que poderíamos brincar, desde que eu me comprometesse a não falar gracinhas. Trato feito, pegamos uns bonecos do He-man, levamos para o corredor do prédio dele e ficamos ali atrás da porta do seu apartamento. Papo vai, papo vem, e eu cansado de botar os bonecos pra lutar, decidi que o He-Man iria agora dançar. Comecei a cantar uma lambada enquanto colocava o He-Man pra dar uns requebrados, quando a mãe do moleque abre a porta de supetão:

- Já começou com as besteiras, Thiago?

Tipo, a coroa ficou uns bons quarenta minutos com a orelha colada na porta pra se certificar que eu não tentaria falar nenhuma gracinha na presença do filho dela. Isso era normal por aqueles dias. Tinha também uma amiga que gostava de dizer aos quatro cantos que odiava filmes de comédia. Hoje em dia você fala uma coisa dessa e apanha, mas naquela época ninguém estranhou, só eu, que até hoje me pergunto se ela se referia aos filmes de Woody Allen, ou aos do Leslie Nielsen ou Macaco Natalino vai ao acampamento de verão. A garota provavelmente foi educada a colocar tudo no mesmo saco: filmes de comédia. E depois foi ensinada a repudiá-los.

Então, mas eu dei toda essa volta pra contar uma história peculiar que aconteceu na minha escola. Foi o dia em que eu vi uma menina ter seu primeiro contato com uma piada, aos dezesseis anos. Ela se chamava Katiene e eu digo o nome real porque espero que um dia ela leia esse texto. Sei muito pouco de Katiene, apenas que ela nunca tinha ouvido uma piada e que tinha uma bolsa de duzentos reais (isso em 1998). Claro que um pai que compra uma bolsa de duzentos reais pra uma filha de dezesseis anos não quer que a moça saia por aí conversando com piadistas, mas ela ousou desafiá-lo.

Katiene levava sua vidinha normal, namorava um carinha popular do colégio, matava aulas pra ir no show da Xuxa e exibia sua bolsa de duzentos reais. Não era mal-humorada, era bem risonha. Ria dos professores, do tênis velho das amigas, das bolsas de menos de duzentos reais, um primor de menina. Um belo dia um companheiro apareceu na sala de aula com uma folha A4 e nessa folha tinha um texto tirado de uma página de uma tal de internet (chamávamos assim). Como apenas dois dos quarenta alunos tínhamos acesso à tal da internet, naqueles idos não bastava mandar textos por e-mail, tínhamos que imprimir e levar pra escola. A folha foi passando de mão em mão até colidir com o destino de Katiene.

A mocinha, inocentemente começou a ler o texto. Primeiro com timidez, logo com mais interesse e era notável a sua expressão no rosto de ter descoberto algo novo. Era um texto típico desses que você recebe por e-mail duas vezes por semana, que falava das supostas características peculiares de pessoas pobres (lamber tampa do iogurte, tomar banho de mangueira, fazer uma festa e pedir pras meninas levarem um prato de salgado e os meninos um litro de refrigerante, essas coisas..) e a moçoila acabava de ter seu primeiro encontro com o sarcasmo. Eu vi tudo desde o começo. Ela começou a ficar vermelha, perdeu o ar, as pernas tremiam, as mãos agarravam a folha com força, como se não quisesse permitir que ela fugisse nunca mais. Sua boca deu o primeiro sorriso sem a ajuda de uma desgraça alheia e toda aquela euforia foi minguando suavemente quando ela se deu conta que teria que devolver a folha pro seu dono e que perderia aquele precioso tesouro recheado de piadas do Caco Antibes.

Foi quando ela inteligentemente arrancou uma folha de seu caderno e começou a copiar tudo que ali estava escrito. Senti vontade de pará-la, de explicar que estava tudo bem se ela perdesse aquela folha de vista, que quando ela lesse pela segunda vez já não teria graça e que o ideal era seguir buscando novas fontes de ironias, e não ler e reler a mesma todos os dias, mas decidi apenas observar todo aquele fantástico processo de descoberta. Ela continuava copiando letra por letra, com o fim de não perder o encanto daquele inusitado momento em que teve conhecimento de que no mundo existem pessoas que inventam ou exageram fatos cotidianos com o objetivo de transformá-los em uma situação cômica, que tem por fim provocar o riso sem a necessidade de que uma gorda caia numa rua molhada para tal.







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16 de dezembro de 2008

 

Achei que era a tireóide, mas era a MTV








Ontem eu estava no trabalho enquanto a televisão transmitia um videoclip muito tosco, mas tosco de verdade. De fato eu nem sei porque eu permiti que a televisão estivesse num canal musical porque já comuniquei ao meu chefe e a meus companheiros que eu não posso assistir oito horas seguidas de clipes musicais porque acaba que eu chego em casa num estado de nervos indescritível, uma fúria incontrolável, perco o sono, espumo pela boca, chuto mendigos, tranco gatos no congelador, aperto campainhas e saio correndo... enfim, cheguei até a fazer exame de sangue porque achava que toda essa fúria deveria ser alguma alteração hormonal, pensei que estava com problemas na tireóide, mas era culpa dos videoclips que eu assistia no trabalho mesmo.

Mas então, ontem o pessoal esqueceu disso e deixou os clips rolarem. Foi aí que entrou a tosqueira, e eu comentei:

- Olha que coisa ridícula ...

- É né, mas pô ..

- Pô o que?

- Tem que ver pelo outro lado, isso é dos anos 70.

Cara, desde quando ser dos anos 70 te dá direito a ser debilóide? Eu não me acostumo com essa mania das pessoas de passarem a mão na cabeça de tosqueiras antigas, como se eles não tivessem culpa de nada, de pensar que eram um bando de retardados e não sabiam o que estavam fazendo: "Olha, eu sou um homem com 10 kilos de cabelo e agora vou girar o bracinho pro alto com uma roupa coladinha, colorida e cheia de lantejoulas mas eu não sei que sou escroto, tá gente?"

É muito otimismo achar que aquele videoclip esperou trinta anos pra ser babaca. Já devia ser na época que criaram. Aposto que teve quem viu aquele vídeo nos anos 70 e já achou ridículo, sem ter que esperar 2008 pra sentenciar isso.

Partindo desse ponto de vista, imagina alguém em 2038 vendo um clip de alguma banda de Axé Music. Daí um carinha do futuro que odeia videoclips vai comentar:

- Olha que ridículo.

- É, cara! Mas tem que ver que isso era o ano 2000.

Só espero que exista alguém em 2038 pra argumentar que não! Que ser do ano 2000 não dava a ninguém o direito de ser retardado e que Axé Music já era ridículo em seu tempo.

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12 de dezembro de 2008

 

Será que essa minha fase passa?






Esse poema foi inconscientemente baseado na música Fátima Bernardes Experiência do Rogério Skylab. Digo inconscientemente porque só percebi que tinha me inspirado nele depois que terminei o poema. É pra ser lido em duas vozes. As partes em negrito são cantadas. As partes do "créu", obviamente, tem que ir aumentando a velocidade gradualmente em cada estrofe, até a velocidade 4.



My fair lady
(autor: El hombre maíz)

Audrey Hepburn
Tá na capa da Playboy
Audrey Hepburn
A mulher jabuticaba
Audrey Hepburn
-Me fode negrooo!!
Audrey Hepburn
Na boquinha da garrafa

Audrey Hepburn
Deu selinho na Madonna
Audrey Hepburn
De chicote e cera quente
Audrey Hepburn
Apanhando do ex-pm
Audrey Hepburn
Rala ralando o tchan aê

Audrey Hepburn
Com um guri de treze anos
Audrey Hepburn
Atacando a empregada
Audrey Hepburn
Com a coleira do marido
Audrey Hepburn
Tá na dança do maxixe...Tá na dança do Maxixe...

Audrey Hepburn
Fez pornô e ainda é virgem
Audrey Hepburn
Prestobarba na Playboy
Audrey Hepburn
Conga la Conga...
Audrey Hepburn
Conga! Conga! Conga!



Audrey Hepburn
Traiu Eike com um bombeiro
Audrey Hepburn
No edredom do Big Brother
Audrey Hepburn
Com pentelho até nas coxas
Audrey Hepburn
Vai varrendo vai varrendo vai varrendo vai varrendo


Audrey Hepburn
Com seu filho Rolling Stone
Audrey Hepburn
Apanhou do Dolabella
Audrey Hepburn
Com a cadela Pepezinha
Audrey Hepburn
Créééééuuuu Créééééééuuuu


Audrey Hepburn
Se gamou na Thamy Gretchen
Audrey Hepburn
Tá lavando suas cuecas
Audrey Hepburn
Faz pornô pra pagar contas
Audrey Hepburn
Créu...créu..créu....créu


Audrey Hepburn
É a mulata globeleza
Audrey Hepburn
Na final do super bowl
Audrey Hepburn
Vacilou, caiu na net
Audrey Hepburn
créu-créu-créu-créu


Audrey Hepburn
Na banheira do Gugu
Audrey Hepburn
Com o baixinho lá da Kaiser
Audrey Hepburn
Já chupou o Carlos Bazuca
Audrey Hepburn
Créucréucréucréucréu

Audrey Hepburn
Bloqueando o youtube
Audrey Hepburn
Gianechinni agora é ator
Audrey Hepburn
Ai, que loucura!
Audrey Hepburn
Essa é pra casar!

Audrey Hepburn
Audrey Happy
Audrey, Burn!
Burn!
Buurnn!
Burn, Audrey! Burn!!


***

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10 de dezembro de 2008

 

3 haikais e 2 poemas

.
.


Algodão doce
Eita troço ruim da porra
Vou jogar fora

Mario, Mario Kart
jogo com a princesa
Porque sou macho

Suco de maçã
Livre de gordura trans
Ai, que vida




Fumante

Eu a chamo meu Marlboro
Pelo mal que ela me faz
Cancerígena e daninha
Faz até envelhecer
Ainda mesmo que não negue
Uns momento de prazer

E eu a trato igual cigarro
Uso um pouco e quero mais
Mas depois eu me arrependo
Digo sempre: vou largar
Vou comer a sua amiga
Será meu Marlboro Light




Restaurante Turco

Prato especial da casa
Vem de tudo, tudo vem
Tem kebap tem borek
Tem também sarma e çacik
Tem ainda um cabelinho
Sobre meu beyas peynir

Pode ser de meu nariz
Ou da barba do chef
Ou quem sabe um bigodinho
Do simpático garçom
Ou um cílio desprendido
Dessa minha acompanhante

Eca, um cílio desprendido
Dessa vaca mal-parida


**

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9 de dezembro de 2008

 

Pior para os fatos







Para ler ouvindo: The Dance (Garth Brooks)

Vendo as cenas do rebaixamento do Vasco, com crianças e atletas chorando e até uma pseudo-tentativa de suicídio por parte de um torcedor (apareceu até no noticiário daqui da Espanha), me fez lembrar o quanto uma partida de futebol pode transtornar a gente. Esse sujeito que queria se jogar da arquibancada logo estará revendo as imagens na TV e dando risada da sua própria tolice, mas ninguém pode negar que naquele momento ele experimentava uma tristeza verdadeira, que eu conheço bem.

Esse texto não é pra sacanear o Vasco, eu tenho todos os motivos, mas não vou sacanear o Vasco. Seus torcedores podem ficar tranquilos, vim falar do Flu, já que eu tinha preparado um texto na semana seguinte da perda da final da Libertadores contando como eu a havia vivido, mas acabei desistindo de publicá-lo, e hoje, revendo as imagens da queda do Vasco e de todo aquele sofrimento eu pensei em explicar melhor quais conclusões eu tirei da minha maior decepção futebolística.

Primeiro de tudo: não chorei! Não acreditam? Eu acho que o choro é contagioso, provavelmente se eu estivesse no Maracanã vendo toda aquela tristeza lá de dentro eu me uniria a eles, mas eu assisti à final num barzinho quase vazio, sem nenhum brasileiro por perto, acompanhado de um amigo totalmente indiferente ao resultado do jogo. Quando Washinton perdeu o último pênalty eu simplesmente calei a boca e só voltei a abrir no dia seguinte. Pedi a conta do bar e pedi que meu amigo me desse carona à casa tudo fazendo gestos. Mas isso é o final da história, vamos voltar pro começo:

Algumas horas antes da partida, eu estava no trabalho e meu chefe veio me visitar. Eu já tinha explicado pra ele o que era uma Copa Libertadores e ele já imaginava minha expectativa. Então, perguntou como eu me sentia:

- Tenho medo.

- Medo de perder?

- Não, medo de como me sentirei se perdermos.

Era isso, eu me conheço, sei como fico quando o Flu perde. Estava morrendo de medo só de imaginar que tipo de reação eu era capaz de ter no caso de uma derrota. Por um momento me arrependi de gostar tanto de futebol, mas já era tarde, eu não ia conseguir enxergar aquela final como um jogo. Aquele sentimento não era saudável, eu estava transtornado, não me concentrava em nada, e faltavam umas 10 dez horas pra partida. Depois conseguiu me recompor: Eu estava nervoso? Sim! Aquela seria uma grande conquista? Sim! Eu estava com medo das minhas próprias emoções? Sim! Acontece que uma grande conquista exige grandes emoções, não tinha saída. Aliás, tinha sim: voltar a formar times medíocres que terminam no meio da tabela. Prefiro o nervosismo.

Já de madrugada (aqui na Espanha era madrugada), minutos antes da bola rolar eu telefonei pra um amigo pra me acompanhar. Ele veio com a namorada e ficamos ali conversando um pouco, mas foi só o juiz apitar que eu adotei minha postura de torcedor. Já não escutava nada que me diziam, xingava, dava instruções, falava palavrão, ficava de pé, chutava as cadeiras...quando dei uma sossegada e vi a cara de pasmada que a namorada de meu amigo fazia ao me olhar, pedi desculpas por minha atitude pouco convencional por essas bandas de cá, mas ela me tranquilizou:

- Nada...eu to pasma é que nunca vi ninguém torcer assim. Lá na Colômbia (ela era colombiana) meus amigos só gritam quando é gol, mas você grita o jogo inteiro, assim que é bom! Dá pra ver a emoção da partida na tua cara.

Logo notei que ela não era a única impressionada. Cada vez que o Flu subia pro ataque eu escutava um grupo da mesa detrás de mim: "Vai! Agora vai!". Eu tinha contagiado as poucas pessoas do bar a torcerem pelo Flu, não que elas se importassem com o título, mas Fluminense no ataque era sinônimo de histeria por parte minha, e isso era divertido pra eles. Muitos escutavam falar do fanatismo brasileiro pelo futebol, mas poucos tinham a oportunidade de presenciá-lo ao vivo como aquelas pessoas naquela noite, e isso as deixava contente.

Lembro especialmente da celebração do terceiro gol. Thiago Neves ajeitava a bola pra bater a falta, o bar fazia uma corrente positiva e eu esmigalhava meus dedo e repetia baixinho sem parar: "vai Thiago Neves, mete esse gol Thiago Neves... vai Thiago Neves, mete esse gol Thiago Neves...". Logo gritei como um louco, pra alegria dos presentes.

Depois veio o intervalo para a prorrogação, eu fui ao banheiro eliminar a cerveja bebida. No caminho, cruzei com um cara do balcão e ele me disse:

- Cara, você não assiste futebol, você vive o futebol! A gente aqui tem a impressão que você pensa que tá lá dentro do campo junto com os jogadores.

Depois veio a cobrança dos pênaltys e todos sabem o fim da história: não chorei.

Chorar mesmo eu só chorei duas vezes. A primeira foi no dia seguinte quando entrei no orkut e fui lendo as histórias que contavam o pessoal que esteve no Maracanã, principalmente quando vi a foto que um deles tinha tirado do filho novinho todo vestidinho de tricolor abrindo o berreiro depois do jogo. A segunda vez que chorei foi semana passada quando, cinco meses depois, finalmente tive coragem de rever os gols da partida, daí não deu pra segurar porque lembrei de tudo que contei acima e revi com calma os detalhes que eu tinha deixado escapar no dia da euforia, como a comemoração do segundo gol com Thiago Neves correndo com a bola debaixo do braço e mordendo a camisa, que cena deliciosa!

E o tão lembrado terceiro gol, quando ele vai lá comemorar com a galera da geral!? Que alegria! Braços abertos, Luiz Alberto pulando na carcunda! Quanta gente feliz junta! fiquei imaginando onde estaria meu pai ali no meio, com quem estaria comemorando naquele momento. Não deu pra não chorar, mas foi mais emoção que tristeza, ainda que até hoje me pergunte como não levamos aquele título.

A vantagem de perder um título jogando uma partida maravilhosa como aquela é que não fica aquele sentimento de impotência, de inferioridade. Perdemos por um capricho, uma injustiça, e quando perdemos assim, passada a dor do momento, acaba virando uma virtude. É como sobreviver a uma tragédia, no momento você sofre, mas depois você se orgulha por ter sobrevivido. Eu sei que no futuro, quando eu estiver velhinho, algum tricolor jovem perguntará se eu estava vendo a final da Libertadores de 2008 e eu vou contar isso que eu estou contando pra vocês: que eu vi e sobrevivi, e ele me olhará admirado pela minha força de ter conseguido suportar esse fato por tantos anos.

Essa música que eu citei no começo do texto, fala de um homem que se apaixona pela mulher com a qual compartiu uma dança. Eles começam então um relacionamento e ela o faz muito feliz. Passado um tempo o relacionamento acaba, ele sofre muito com o fim e comenta:

E agora
Fico feliz por não ter sabido
Como tudo ia acabar
O rumo que as coisas tomariam

..Eu poderia ter evitado essa dor
Mas teria que evitar aquela dança



Era assim que eu me sentia. Só perdemos porque chegamos, porque dançamos muito. Até chegar o momento da dor eu dancei bastante. Contra o São Paulo, contra o Boca-Juniors, ótimas danças! Sem contar aquele verdadeiro baile de 6 x 0 contra o Arsenal. Ainda bem mesmo que eu não sabia a dor que viria depois, senão não teria conseguido desfrutar tanto essas danças que me fizeram muito feliz.

Ouvi gente dizer "A gente estava tão perto, agora temos que começar tudo de novo", e eu pensei:

- Opa! Tudo de Novo!? Do zero mesmo? Maravilha! Quero muito viver tudo aquilo de novo. Desde o título da Copa do Brasil, até o mata-mata da Libertadores com gol no último minuto. Quero sim! Pode escolher a música que dançarei sem pensar se vai doer depois, agora eu sou um sobrevivente de uma tragédia.

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5 de dezembro de 2008

 

Colagens que não têm nada a ver








Gente, antes de clicar na imagem quero pedir encarecidamente que em perdoem pela falta de graça da mesma. Tentei de todas as formas não publicá-la, mas quando uma idéia vem, eu só consigo tirá-la da cabeça depois de expressá-la. Assim que, uma vez passada a raiva pelos breves instantes de vida perdido ao visualizar algo tão ridículo, esqueçamos o passado e centralizemos nossas energias para que idéias assim não voltem a ocorrer. Grato.

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4 de dezembro de 2008

 

Tirinhas de quem não sabe desenhar







Clique na imagem para ampliá-la

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