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28 de dezembro de 2006

 

Diálogos surreais da vida real (Especial férias)

No Paraná, filosofando com a Deise:

- Nem tudo do ser humano é instinto. Tem muita coisa que a gente aprende pela sociedade. Moralismo mesmo, sabe!? Regras impostas por eles que obedecemos ainda que não tenham sentido.

-Sei.

- Por exemplo, você aprendeu que quando alguém te faz um favor, deve dizer "obrigado". Você faz isso sem pensar no que está fazendo, é uma coisa mecânica. A própria palavra "obrigado" não tem sentido. Obrigado a que? Alguém tá te obrigando a alguma coisa?

- Verdade.

- Mas isso são regras da sociedade. Você faz porque disseram que tinha que fazer. Poderia ser qualquer coisa. Porém, se ensinassem às meninas que em vez de agradecer dizendo "obrigado", o certo fosse chupar o pau do cara que tivesse feito-lhes um favor, hoje veríamos aí em cada rua uma menininha chupando o pau do cara sem o menor constrangimento, seguras de estarem sendo apenas bem-educadas.

- Que viagem.

- Aí que erramos. Teríamos feito um mundo melhor se mudássemos certas regras da sociedade. Essa de agradecer chupando o pau, por exemplo, construiríamos no mínimo um mundo mais solidário.




Em Arraial D'ajuda com meus pais:

- Putz, outra vez um hippie oferecendo bugiganga.

- Verdade. Mania besta de ficar parando as pessoas na rua pra mostrar os artesanatos. Monta uma barraquinha e deixa ali, cacete.

- E sempre o mesmo papo: "O senhor me daria um minutinho da sua atenção pra eu mostrar meu trabalho?"

- É! Até parece! Próxima vez vou andar pela rua com uma enxada na mão , daí quando vierem esses hippies dizendo que querem mostrar o trabalho deles, vou dar a enxada na mão deles: "Vai! Trabalha aí, porra! To assistindo!"



Em São Paulo perdido* com a Dany:

- Oha alí a placa, pra pegar as marginais tem que ficar nessa pista mesmo.

- Peraí, pergunta pro motorista aí do lado.

- Mas já tem a placa dizendo que as marginais tão aí em frente, pra que incomodar o cara?

- Ah, vai saber.

- Pô, você acha o quê? A placa tá de sacanagem? A placa ia estar zoando com nossa cara? A placa tá pensando: "Vou dar informação errada pra esses manés se perderem"

- Ai, a placa diz que pra pegar as marginais tem que seguir reto, mas não diz que marginais.

- Só pode ser a Marginal Pinheiro e a Marginal Tietê.

- Pode ter outra marginal, ué!

- Que outra marginal? Marcola, Fernandinho Beira-Mar, Celsinho da Vila Vintém...?


* Em quatro dias em São Paulo, me perdi com a Dany três vezes. Essa retratada no texto foi a terceira e a pior. Ela conseguiu errar o caminho a ponto de parar em outra cidade. Queríamos ir pro bairro da Moema e fomos parar na cidade de Osasco. Galera aí que conhece Sampa pode imaginar o absurdo desse perdidão.



Em Recife, com o Vinícius:

(Comentário empanturrado após devorar um bode com arroz, macaxeira, feijão, paçoca e manteiga de garrafa)

-Excelente, agora só falta umas vagabundas.

11 de dezembro de 2006

 

Carlinhos Itaberá. O homem, o mito.


Primeira parte da entrevista com Carlinhos Itaberá. Para ver o restante vocês terão que clicar nos links abaixo. Ao todo foi uma hora de bate papo dividida em 13 partes.

Depois de 12 horas de viagem, cheguei à cidade de Itapeva à 1:00 da manhã. Itapeva é a cidade mais próxima de meu objetivo, já que não há linha direto pra Itaberá.

Na manhã seguinte peguei o primeiro ônibus pra Itaberá. Perguntei a uns taxistas como encontrar o centro da cidade e fui buscar uma loja de peças chamada "Agromac", que é a patrocinadora do time amador da cidade em que atualmente joga o Carlinhos.

Chegando na loja, procurei o dono e me apresentei como Thiago, "um repórter do Rio de Janeiro" e perguntei como encontrar a estrela do time. Ele me disse para buscá-lo no campo de futebol da cidade, onde provavelmente estaria dando aula na escolinha de futebol, porém não se sentiu bastante confiante para me passar o número do telefone de Carlinhos.

Chegando ao campo, encontro um cartaz informando que a escolinha está de recesso até janeiro. O cartaz era assinado pelo professor Antonio Carlos da Silva, e só daí percebi que Carlinhos Itaberá é nome artístico.

Perguntei a uns funcionários do clube se eles sabiam como encontrar o professor Antonio Carlos Silva e eles me indicaram a secretaria de educação da cidade.

Chegando na secretaria de educação, me passaram o número de seu telefone fixo e de seu celular. Tentei ligar pelo fixo e ninguém atendia.Quando tentei ligar pelo celular descobri que faltava um número. Voltei à secretaria de educação para informar o erro, e vi que acabava entrar ali uma cara que não me era estranha. Era ele. Estava eu frente a frente com meu anti-herói favorito! Carlinhos Itaberá! O homem, o mito.

Ele topou a entrevista na hora! Pensei que ia pedir pra eu voltar em uns instantes, mas não. Nem me deu tempo de me preparar.

Carlinhos se mostrou uma pessoa extraordinária. Simples, sincero e de uma inocencia contagiante. Nos intervalos da entrevista me contava de sua saudade do Rio de Janeiro, da atual fase do Fluminense, falava de sua família, me convidava pra ir ao maracanã com ele e até me serviu cafézinho.

Durante toda a entrevista me senti culpado por estar sendo tão bem tratado por uma pessoa que eu tanto gosto de sacanear. Havia prometido que no final contaria a ele do meu texto que o difama e pediria desculpas.

Pra minha surpresa, Carlinhos não só conhecia meu texto, como assumiu ter dado boas risadas com ele junto a uma amiga sua.

Saí daquela sala aliviado. Havia conhecido um cara realmente bacana. Hoje sei que o mundo realmente precisa de mais Carlinhos Itaberás. Tanto do Carlinhos humano (ou professor Antonio Carlos Silva) quanto do jogador Carlinhos Itaberá. O primeiro pelo seu caráter, e o segundo por suas anedotas. Ele é fenomenal.


segunda parte

terceira parte

quarta parte

quinta parte

sexta parte

sétima parte

oitava parte

nona parte

décima parte

décima primeira parte

décima segunda parte

décima terceira parte (final)

7 de dezembro de 2006

 

Diálogos surreais da vida real

- No final lamentei não ter colocado o Maranhão no meu roteiro de viagem.
- Foi, é?
- É. Pra piorar, quando estava no avião vindo pro Brasil colocaram um documentário sobre o Maranhão de cair o queixo.
- Os lençóis maranhenses?
- Maranhão só tem o Sarney e os lençóis. Qual você acha que dá um bom ducumentário?


***

nota1: Já repararam que ando não colocando gravuras nos posts? Pois, é. Enquanto blogar de lan house será assim.

nota2: Blogo desde Itapeva. Acabo de voltar de Itaberá. Ótima notícia: Encontrei o Carlinhos Itaberá e o cara topou a entrevista numa boa. Tomara que a filmagem feita com minha camera fotográfica tenha ficado boa, senão se contentarão com apenas ler a entrevista.

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