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22 de fevereiro de 2007

 

A quem interessar possa:

To sem internet em casa porque estou de mudança. Tive que cancelar minha linha de telefone antiga e só terei a linha nova no apartamento novo no começo de Março. Assim que o blog está interditado temporariamente.

Não, não vou blogar em Lan House nenhuma.

E viva a Beija-Flor campeã do Carnaval 2007.

Não, nunca morei em Nilópolis.

Não, eu não acompanhei os desfiles desse ano.

Não, eu nunca acompanhei os desfiles de ano nenhum.

Sim, eu torço pra Beija-Flor desde pequeno e sempre acompanho as apurações (é o mais legal). Tinha que escolher uma, ué.

21 de fevereiro de 2007

 

Pesquisas mais estranhas da net que levaram ao meu blog




fotos de mulher do suvaco cabeludo

quadros do movimento renascentista exaltava a livre contratação

o pacto da siemens com o demonio

imagens macabras dos mortos do avião da gol

que famosos adoram milho

desenho de ecstasy em alfabeto

Fotos de homens com uma rola entrando no rabo

foto de professora dando o cu para aluno

crônicas sobre qualquer homem se sentiria o máximo perto de você

frases ja elaboradas para dar parabens a uma pintora

a buceta das mulatas são mais largas

vídeos de mulheres caindo na porrada

foto de um velho pilotando uma moto

Atrizes famosas que engordaram em fotos

fotos de bucetas após o parto

igrediente chave da coca-cola

caso de uma moça no maranhão que estava virando bicho

garoto com chifre ne espanha

desafio matematico que resolveu para encontrar a pérola falsa

slide a peidorreira

japonesas transando no trem

Marcio Nigro e Tomas Kenedi

Luiz henrique plagiador

significado da palavra tacacá

encontrar uma mineira bonita acima de 35 anos

como fazer um jogo basico para deixar de ser mané no meio da galera

quero uma forma de masturbaçao com objetos comuns

as cem cantadas mais furadas

puteiros em Cuiabá

tempo de vida dos holoturóides

como posso ler letras invertidas

fotos do homem peixe encontrado depois do tsunami

fotos de meninas masturbando com seus animais de estimação

homem transando com galinha

chás homeopáticos

signo da Mara MAravilha

cara que faz rap com a dentadura

mulher peidando em inglês

mensagens subliminares no programa do Sérgio Malandro

19 de fevereiro de 2007

 

Diálogos surreais da vida real



Conversa entre a gerente e a dona do restaurante onde trabalho


- E então? Já conseguiram um garçon novo?

- Hoje me ligou um rapaz. O Eliseu da pizzaria lhe tinha dito que buscávamos gente pra trabalhar aqui e deu nosso telefone pra ele.

- É amigo do Eliseu?

- Pelo que entendi trabalhou com ele na pizzaria.

- Qual o nome dele?

- Um nome estranho, não lembro.

- Nome estranho? Não é espanhol?

- Não. Me disse que era brasileiro, mas parecia árabe falando pelo telefone.

- Árabe? Vai botar um marroquino pra trabalhar com a gente? Ele tá legal no país?

- Disse que sim. Eu disse que tem sotaque árabe, mas ele me falou que era do Brasil.

- Ai ai ai...

- Bem, vamos provar. Eu não disse que ele estava empregado, disse pra vir fazer uma prova.

- Tá, depois me conta. Vou chegar de férias daqui a duas semanas e não quero surpresas.



E foi aí que me contrataram e hoje estou a ponto de completar um ano na empresa. Sobre ter sotaque árabe ficou só na primeira impressão, mas quando querem me sacanear dizem que eu falo igual o Apu dos Simpsons.

Não sei se entrei na pilha ou começo a achar mesmo que o dublador do Apu na Espanha tem uma voz parecida com a minha. Pra quem me conheceu nas férias, confira aqui a voz dele na versão espanhola e me diga se somos mesmos parecidos:

Apu 1

Apu 2

Apu 3

Apu 4 Cantando o clássico Quem precisa do Mercado Rápido?

Apu 5

16 de fevereiro de 2007

 

Para onde vão os postais perdidos?



Leio numa página de notícias que um cartão postal foi entregue com noventa anos de atraso. Um soldado inglês havia mandado para sua noiva enquanto esteve nas trincheiras da França na Primeira Guerra Mundial. Obviamente nem o soldado nem sua noiva estão mais vivos, assim que foi entregue à filha da destinatária que já chegou aos oitenta e seis anos de idade (não especificam se era filha do casal, nem mesmo se chegaram a se casar).

A encomenda esteve na central dos correios da cidade durante todo esse tempo, ninguém sabe dizer por que nunca havia sido entregue, mas é importante ressaltar a raridade desse caso que destoa de todas as histórias de objetos extraviados: O postal não só foi entregue ao final, como agora descobrimos onde esteve por todos esses anos. O caso foi resolvido por completo. Não cabem mais divagações sobre o destino da antiga carta, hoje sabemos tudo sobre ela.

Eu já não tive a mesma sorte, em Dezembro mandei um postal de Salvador para o pessoal do meu trabalho dizendo que estava adorando minhas férias e que havia ganho nove quilos desde que deixara de trabalhar. Hoje, de volta pra Espanha sei que esse postal nunca chegou, e que jamais descobrirei onde foi parar ou mesmo saber se ainda existe.

Não foi a primeira vez que me aconteceu. Alguns anos atrás, quando morava nos EUA mandei um pacote de fotos para meus pais que também nunca alcançou seu destino. Outra vez mandei pelo correio daqui da Espanha duas camisas para dois amigos no Brasil, eram da época do casamento do Príncipe Felipe com a Princesa Letícia e vinham com a frase "Eu tampouco fui convidado para o casamento real, ainda que o tenha pagado do meu bolso". Apenas um amigo recebeu a camisa, a outra se perdeu.

Se perdeu como o postal do soldado esteve perdido, mas a diferença é que eu não considero a hipótese de que daqui a noventa anos algum carteiro vá até a Praça Seca no Rio de Janeiro pedindo as mais sinceras desculpas pelo atraso na entrega da camisa do casamento do Príncipe...Que príncipe mesmo? Ah, tá. Um tal de Felipe.

Digo que isso não acontecerá porque não acredito que todas essas minhas encomendas extraviadas tenham tido a mesma sorte do postal do soldado de estar no mesmo lugar, intocadas por quase um século. Acredito que se meu pacote de fotos mandado desde os EUA, por exemplo, nunca chegou ao Brasil e nem foi devolvido ao remetente ele deve estar fora dos circuitos dos correios. Algum funcionário descuidado deve tê-lo enviado junto com as cartas para outro país, talvez na Ásia, e chegando lá outro funcionário distraído deve ter pensado que Rio de Janeiro era algum bairro esquecido daquela cidade e colocou junto com as cartas destinadas aos bairros da periferia. Logo o carteiro que já havia entregue toda a correspondência exceto aquela que ia para o desconhecido bairro do Rio de Janeiro se cansou e a abandonou num banco de praça, onde um casal se sentou não sem antes notarem o estranho pacote, abri-lo, revisarem e levarem pra casa por pena de jogarem as recordações de alguém no lixo.

O mesmo serve para a camisa do casamento real e para o postal de Salvador extraviados. Todos eles, acredito, estão nas mãos de um desconhecido que espero que estejam fazendo bom uso, mas isso vai depender da capacidade desse tal desconhecido de fantasiar sobre objetos esquecidos. Uma pessoa mais objetiva não guardaria um cartão postal de um lugar longínqüo, mandado por um estranho para pessoas que ele nunca ouviu falar e moram num lugar no qual ele nunca esteve. Não, um pessoa objetiva e prática não perderia tempo fantasiando quem seriam as pessoas envolvidas naquela carta, jamais interromperiam momentos de sua vida imaginando quem é o cara que engordou nove quiilos nas férias e o porquê dele achar que isso deve ser assunto de um postal. Uma pessoa direta e sensata jogaria o postal no lixo ou o abandonaria a esmo, quem sabe na esperança de que o próximo que encontre a carta extraviada tenha mais tempo e criatividade para deixar a imaginação correr sobre aqueles personagens que acabam de ser apresentados a ele.

Talvez justamente por eu ter passado várias vezes pela situação de encomendas extraviadas é que eu hoje faço parte do grupo dos sonhadores que não conseguem olhar um objeto abandonado sem se prontificar a imaginar toda a trajetória que ele seguiu até chegar naquela situação. Nunca aconteceu de uma carta endereçada a alguém de outro país parar na minha caixa de correio, mas há outras maneiras de nos depararmos com objetos de origem desconhecida. Não precisamos esperar que parem em nossas mãos, basta olhar ao nosso redor, eles estão em todos os lugares.

Comigo acontece sempre. Acontece quando vejo móveis jogados na lixeira e imagino que alguns anos atrás um jovem casal que acabara de comprar a primeira casa deveria tê-los escolhidos a dedo. Deveriam ser lindos quando novos, cheiro de madeira recém cortada, deveriam ter várias história para contar sobre o que passaram sobre eles ou diante deles durante esses anos, e hoje apodrecem numa lixeira.

Acontece quando compro livros usados e encontro alguns trechos sublinhados e divago sobre quem os sublinhara e o porquê de achar que tais trechos do livro mereciam destaque. Havia parecido a essa pessoa que tais frases eram algo muito profundo? Havia encontrado uma resposta naquelas palavras? Queria mostrar a um amigo? Nunca vou saber.

Ainda sobre livros usados, o último que comprei foi em Brasília. João Cabral de Melo Neto. Esse não tinha trechos sublinhados, mas na contracapa vinha o nome de sua antiga proprietária. Dizia: "Esse livro pertence a fulana de tal" e em seguida vinha a data: 3 de agosto de 2000. Isso diz muito pouco sobre ela. Posso garantir apenas que esteve viva em princípios de agosto de 2000 e que leu poemas de João Cabral de Melo Neto. Por outro lado não posso garantir que more ou nem sequer que já tenha estado em Brasília. Tampouco sei se gostou do livro, já que por um lado fez questão de colocar seu nome nele, mas por outro não se importou anos depois em cedê-lo para revenda. Penso em buscá-la no orkut já que ela entrou na minha vida ao escrever seu nome no livro que eu compraria quase sete anos depois, mas seu nome é muito comum, uma busca geraria vários resultados.

Assim reajo eu ao me deparar com objetos de origem confusa. Não sei se é normal, nunca havia comentado essa minha mania com ninguém. No mais, pode ser que eu esteja apenas dando a esses objetos encontrados o mesmo tratamento que gostaria que dessem a tudo que eu tive e hoje já não tenho mais. Sejam as encomendas que se perderam no correio, seja minha cachorra que minha falecida vó deu pra alguém, ou então aquela bicicleta azul que tinha marcha igual de carro e banco de Harley e meus amigos viviam pedindo pra dar uma volta. Seja a faixa laranja que eu ganhei no karatê e que me havia sido dada por um amigo faixa verde que pediu para que eu também a passasse adiante no futuro, mas não pude porque a perdi. Sejam meus bonecos do He-man e outros brinquedos que nunca mais encontrei ou até mesmo aquela fita de video-game que meu amigo me emprestou e eu nunca soube onde foi parar. Às vezes me flagro imaginando onde estarão todas essas coisas e dá aquela saudade besta. Espero que seus novos donos também pensem e criem histórias sobre mim.


***



Tão difícil encontrar algo do Itamar Assumpção na net que quando encontramos temos que compartir. Esse vídeo é dele cantando a música Embalos. Muito bom.

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14 de fevereiro de 2007

 

Cara de Milho por um mundo melhor






Atendendo ao pedido da Yasmin, que pediu soluções para o desmatamento.


Bem, antes de mais nada devo alertar que o pedido foge do objetivo dessa seção do blog, já que ela é destinada a solucionar problemas do mundo. E eu pergunto a vocês leitores: Desde quando desmatamento é problema?

No filme Cronicamente Inviável, o diretor Sergio Bianchi nos lembra uma teoria de Montesquieu que dizia que nos países tropicais o calor engrossava o sangue das pessoas, fazendo com que ele circulasse mais devagar, tornando assim a oxigenação do cérebro mais lenta, o que fazia as pessoas de países tropicais serem mais burras. Hoje essa teoria já caiu por terra, não que algum país tropical tenha chegado ao primeiro mundo, e sim por existirem países atrasados de clima frio, como Uruguai, Argentina e o leste europeu, por exemplo.

Hoje sabemos que Montesquieu quase acertou. Não é que o desenvolvimeno de um país seja inversamente proporcional ao calor. O progresso de um país é diretamente proporcional ao seu desmatamento. Responda rápido: Um país de primeiro mundo que tenha conservado suas florestas? Não tem, né? Claro, são dois conceitos antagônicos: mato e evolução.

Infelizmente há toda essa cultura de preservar a Amazônia, e os bichinhos, e o riozinho e a plantinha e blá blá blá. Não percebemos que desmatar todo o Brasil é o primeiro passo pra sermos grandes. Eu sei que é duro, estive há pouco tempo na Amazônia e é bem bonitinha mesmo, mas o tempo passa e as coisas mudam. No futuro as florestas farão parte da lista de coisas legais que não existem mais, junto com as lutas de gladiadores, santa inquisição e morte na guilhotina. Viu só quanta coisa legal você também deixou de ver? E nem por isso sua vida foi insuportável. Acredito que assim como hoje defendemos a preservação das florestas existiram pessoas defendendo a preservação da queima de bruxas na idade média alegando que um povo não deveria abrir mão de suas tradições. Mas, o tempo passa e temos que nos acostumar com o fato de certas coisas ficarem pra trás por falta de espaço na nova ordem mundial. A bola da vez são as florestas.

Não existem hoje em dia argumentos consistentes para a preservação de nossas florestas. Continuemos com o exemplo da Amazônia. Dizem que preservá-la é preservar a vida, mas qualquer geólogo pode te explicar que até bem pouco tempo atrás (alguns poucos milhões de anos) A região onde hoje está localizada a Amazônia era um deserto, e nem por isso a vida era mais difícil por aqueles tempos. Então que mal há em tranformá-la novamente em sua forma desértica original?

Que outros argumentos tem os verdinhos? Preservação de nossa cultura? Me poupem. Os índios que lá habitam são mais civilizados do que eu (o que não é difícil). Se bobear qualquer dia um indiozinho entra aqui no meu blog e tira onda que meu template é feio pra cacete e que ele saberia fazer um melhor no photoshop. E mais: Façam uma pesquisa pra descobrirem quantos brasileiros não moradores da região norte já visitaram ou pretendem visitar a Amazônia. Pouquíssimos! Os gringos sentiriam mais falta do que os próprios brasileiros, já que esses sim compõem o grosso do turismo daquele região.

Preservação da biodiversidade? Responda rápido: Pra que? Uma vez mapeado o código genético de cada plantinha, já podemos dizimá-la e se fizer falta já sabemos fabricar outra, mas acho difícil que façam falta plantinhas nos anos que virão. O futuro da ciência está na genética, é muita falta de visão achar que dentro de alguns anos quando você ficar doente vão te medicar com um chá de ervas do pajé. No futuro não haverá cura, haverá reposição. Tá doente do coração, toma um coração novo recém saído da fábrica. Dor de ouvido? Arranca fora e põe outro. Pau pequeno? Melhor não arriscar, antes pouco do que nada! E por aí vai.

O mesmo serve pros bichinhos que vira e mexe estão em perigo de extinção. Mapeamento genético neles antes que acabem! Logo já podemos deixar a civilização tomar a ordem natural das coisas. Os bichinhos que se acosumarem à cidade, poderão seguir como animais de estimação. Os que perecerem seriam clonados e expostos em parques temáticos, que seriam construídos para acalmar os nostálgicos que não aceitam a evolução natural das coisas.


Continuem mandando problemas mundiais que Cara de Milho resolve pra você.
Será que eu tenho que pensar em tudo?

***


Já que estamos falando de preservação (ou não) de culturas primitivas, assistam essas performances da Haka, ritual maori que a seleção de rugby da Nova Zelândia realiza antes de algumas partidas. Dou o braço a torcer que certas coisas primitivas são legais.

Haka 1

Haka 2 (com resposta do Rival)

11 de fevereiro de 2007

 

O poema da semana



Adoro poemas escritos por pessoas que não se intitulam poetas. O Veríssimo, por exemplo, quando se mete a escrever um poema sempre acerta a mão. Este é meu preferido, e eu estive buscando no Google desde que eu tenho internet em casa, só fui encontrar no orkut, numa comunidade de fãs dos escritor.

O último

O último será caçado no sertão
feito um cão.
Raça danada!
Carne e osso
e não morre.
Ganhava pouco, cortaram.
Ganhava nada, tiraram.
Acabou o rato
comeu o sapato.
Acabou o pirão
comeu o chão.
Acabou o chão
fez das tripas
caldeirão.
Só falta esse.
Pega que é o derradeiro.
Mata que é brasileiro!
Bom sujeito...
Está bem, não é perfeito.
Sabe como é gentinha.
Mesquinha.
sem linha.
sem CIC.
Aliás, nem Bic.
Sem arcada dentária
ou referência bancária.
Decente
crente
dolente
paciente.
Mas com sse pequeno defeito:
Quer viver de qualquer jeito!
Sem caloria
só pode ser mania.
Sem metabolismo
é exibicionismo.
Cerca que ele é valente.
Pode matar que é gente.
Eram milhões, sobrou isso.
Esse corpo de caniço.
Esse peito, essa tosse
essa caveia precoce.
Esse bicho.
esse lixo.
esse homem à escabeche
- E no entanto, se mexe.
Fez-se o que deu
e ele sobreviveu.
Doença
escarrou.
Fome
enganou.
Recessão
nem tou.
Pois vai a paulada.
raça danada.
Pra aprender
a não nascer.
E se nascer de novo
não ser povo.
O último será caçado
e estraçalhado
e seu corpo salgado.
Mas sua fêmea fugirá da briga
e terá outro na barriga.

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9 de fevereiro de 2007

 

Alô torcida do Flamengo, aquele abraço!






Fato curioso que fui descobrir. Vocês obviamente conhecem aquela música do Gilberto Gil chamada Aquele Abraço. Pois bem, nessa música tem aquele versinho "...Alô alô Realengo, Aquele Abraço/ Alô torcida do Flamengo, aquele abraço..."

Nunca entendi muito bem essa parte. Primeiro foi difícil compreender o porquê de uma ode ao Rio de Janeiro citar o bairro de Realengo. Quem conhece o Rio sabe que Realengo é um baita de um subúrbio feio pra cacete (ou alguém já viu cartão postal de Realengo?).

Segundo porque Gilberto Gil apesar de ser torcedor do Bahia, já admitiu que no Rio de Janeiro torce pro Fluminense. Podem ler a entrevista aqui.

A versão que eu sempre adotei foi de que nenhum outro bairro do Rio rimava com Flamengo, por isso ele colocou um bairro suburbano mesmo e deixou que interpretassem como uma referência ao povão carioca, como se quisesse lembrar que Rio não é só praia e Zona Sul. Mas, por que Gil homenagearia o Flamengo?

Durante muito tempo eu mudei esses polêmicos versos para "...Alô Alô Arpoador, Aquele abraço/ Alô torcida tricolor, aquele abraço...", já que essa sim era uma justa homenagem ao postal mais bonito do Rio e à torcida mais bonita do mundo.

Só então fui descobrir o que passa na cabeça de Gilberto Gil. Realengo foi simplesmente o bairro em que está localizado o quartel onde ele esteve preso durante a ditadura, por isso ele manda ironicamente "Aquele abraço", como se dissesse "tchau", "nunca mais", "já deu" "Aqui pra vocês, ó!"

Logicamente o abraço que ele manda pra torcida do Flamengo tem o mesmo significado. Gil compôs essa música em 1969, ano em que o Fluminense havia sido campeão carioca em cima do Flamengo vencendo a mulambada por 3 x 2 com dois gols do artilheiro Flávio. Gil estava lá no maracanã e vendo a triste massa burro-negra indo embora ele mandou outro irônico "abraço" como se dissesse "valeu, o importante é competir".

O mais engraçado é lembrar o tanto de vezes que eu vi um flamenguista encher a boca pra cantar essa música. Típico caso do cara que tá sendo zoado e nem sabe como.



***

Pra fechar, vejam esse vídeo sacaneando o Flamengo. É um pouco preconceituoso, então recomendo que só assita quem sabe brincar.

Tem essa página também que é só pra sacanear os mulambos. Tem vídeo, bolão, dívida atual do clube, micos históricos do time e muito mais.


8 de fevereiro de 2007

 

Cara de Milho por um mundo melhor



Continuando com minhas propostas para um mundo melhor. O Pedro entrou aqui no blog pedindo que eu criasse soluções para o analfabetismo e a corrupção política.


Analfabetismo

Bem, uma solução imediatista e radical seria diminuir o alfabeto, tornando-o mais fácil e rápido de aprender. E não me refiro apenas a excluir o H por inutilidade, o Z e o X por semi-inutilidade, e escolher apenas uma para ficar entre o C e o S ou entre o G e o J. Digo de um corte radical mesmo. Um alfabeto resumido a duas consoantes e duas vogais era mais do que suficiente. Talvez A, B, C, E. Acredito que formaríamos palavras suficientes com essas letras considerando um vocabulário cheio de polissílabas.

Para os literatos que se sentiriam ultrajados com tal mutilação do alfabeto (Gente insensível! É por um mundo melhor, cacete) uma outra solução seria possível desde que contássemos com a solidariedade de nossa população. Todo mundo sabe que um analfabeto é uma pessoa que teve que trabalhar durante a infância e por isso não teve tempo de estudar. A solução então seria levar a escola até o local de trabalho dessas crianças, já que não adianta nos iludirmos achando que elas vão deixar de ganhar seu dinheirinho no próspero ramo de vendedores de balas no trem para ir assistir aulas na escolinha. Não faltava mais nada! E quem bota dinheiro em casa? Seus pais? Me poupem. Onde já se viu disso? Pais trabalhando e os moleques lá no bem bom da escolinha da tia Cremilda? Além do mais, duvido que esses menores de idade sintam falta dos estudos. Escola é um saco. Eu quando era moleque morria de inveja dos meninos nos sinais que podiam passar o dia inteiro na rua sem ter que fazer dever de casa, sem ter que tomar banho, ganhando um dinheirinho e com uma bandejinha cheia de balas e chocolates. Ê vidão!

A solução seria alfabetizá-los enquanto trabalham. Ao princípio pensei em recrutar assistentes sociais pra ir ensinando a garotada nas plantações de cana, sinais de trânsito, rodoviárias e vagões de trens, mas o custo seria muito alto pro estado, visto que essa gente trabalha em diversos lugares e em turnos diferentes, logo precisaríamos de muita mão-de-obra pra ir perseguindo essa galera.

A solução seria espalhar cartilhas em locais estratégicos onde se concentra o trabalho infantil. Ou seja, encheríamos os vagões de trens urbanos com gigantes cartazes contendo as vogais, consoantes, dígrafos e "vovô viu a uva". Então contaríamos com a solidariedade da população para que entre uma balinha comprada e outra, uma cana cortada e outra, fossem educando a garotada. Exemplo:

- Ei, garoto! Quanto tá a 7 Belo?

- 5 centavos.

- Te compro a 6 centavos se você me disser que letra é aquela ali na parede, mas se você errar tem que me vender por 2 centavos. Tá bom?

- Tá.

- Que letra é aquela?

- B

- E aquela outra?

- A

- B com A faz..?

- BA

-Muito bem. Toma aí 12 centavos por dua balas. E aquela letra?

- C

- E aquela outra?

- O

- C com O faz ...?

- SÓ.

- Errou. Se fudeu. Toma um real e me dá cinquenta balas.



A mesma técnica só precisaria algumas adaptações para ser utilizada nas plantações de cana:



- Vamos lá. Hoje você vai cortar só cem metros quadrados da plantação. Se me disser como se escrevem as palavras que eu for ditando eu deixo você cortar só noventa e oito.

- Tá.

- Mas se errar tem que cortar trezentos metros e deixar eu ficar com sua marmita.

- Tá.

- Bola.

- B - O - L - A

- Anti-séptico.

- A - M - T ...

- Tudo errado. Pode parar! Que tu trouxe hoje pra comer?

- Feijão com farinha.

- Só isso? Aquele teu amigo que sempre traz coisa boa de comer tá aonde?

- O Reginaldo? Tá ali.

- Vou lá ver se ele tá bom no ABC.


Insensibiliades à parte (tudo que arde, cura) alguém duvida que os moleques se motivariam rapidinho pra aprender a ler e escrever?





Corrupção política

Pra acabar com a corrupção precisaríamos antes de mais nada parar de eleger essa gente, já que uma vez lá dentro o cara já ganha imunidade, já tá ganhando dinheiro à rodo pra subornar e etc. Pra acabar de eleger essa gente tem que acabar com a democracia, que como todos sabemos, não dá certo, é fato. Calma, não vou defender nenhuma ditadura, vou simplesmente propor uma democracia mais seleta.

Responda com sinceridade. Você sabe pra que serve um deputado? E um senador? Você sabe se o problema é do governo federal, estadual ou municipal? Eu confesso que não sei nada disso que perguntei agora. E olha que eu leio bastante, sou de classe média, enfim, estou longe de ser um imbecil completo, mas se eu não sei nada de política, imaginem o povão. Pergunto: Porque eu e essa gente temos o direito de votar se nem sabemos o que estamos escolhendo? Exijo imediatamente que cassem meu título de eleitor, já que não faço dele o uso apropriado. Pra falar a verdade eu não faço uso nenhum, já que não voto há mais de quatro anos porque moro fora do Brasil e eu que não vou pegar um avião até Barcelona pra ir lá no consulado votar.

Enfim. Temos que acabar com esse lance de deixar ignorantes votarem (eu incluído). Você pra dirigir um carro tem que provar ao governo que sabe dirigir, verdade? Pra entrar numa universidade pública você tem que provar que estudou, verdade? (Bem, você também pode se declarar negro e entrar com as cotas, mas isso é outra história). Então pra votar você também tem que provar que está apto pra isso. Sugiro o fim do título de eleitor e o início da carteirinha de votante.

Pra tirar a carteirinha você ia ter que ralar, amigo. Ia ter que assistir aulas de história, geografia, economia, sociologia, política, etc. Ia ter que provar que sabe o que é esquerda e direita, ideologia de cada partido e as propostas de cada candidato. Em época de eleições ia ter que assistir comícios e debates. Tudo ali carimbadinho no seu cartão de votante. Mais de três faltas em qualquer desses eventos é cancelamento de carteirinha e aí você rala o tchan pra conseguir outra. E nada de achar que uma vez com a carteirinha na mão é só sair por aí votando no Eurico Miranda, nã nã não! A carteirinha é renovada cada ano. Tem que continuar assistindo aulas de política atual pra provar que está bem informado com os acontecimentos contemporâneos, senão perdeu playboy.

Com tanta burocracia e encheção de saco quero ver se qualquer mané vai se meter a tirar carteira de votante só pra votar no dirigente do seu clube de futebol ou se a mulherada ia perder vários fins de semana de praia (as aulas tinham que ser nos fins de semana) só pra votar no Collor porque ele é bonito. O número de eleitores ia cair vertiginosamente, mas ia ser só gente consciente.

Claro que para se eleger a qualquer cargo político o candidato também passaria por um seleto exame de conhecimentos políticos. Acabar com isso de qualquer zé das couves se candidatar falando merda no horário eleitoral. É hora disso virar folclore. Política hoje em dia é o ramo que o pai quando é rico coloca seu fiilho pra seguir caso ele não esteja afim de trabalhar ou estudar. Digo isso porque vi com meus próprios olhos. Dois amigos meus que se meteram em política eram filhinhos de papai que não queriam porra nenhuma com nada e seus pais optaram então por lançarem os moleques na vida política. Cheguei até a comentar aqui no blog sobre um desses caras. Tá aqui pra quem quiser ler. É nas mãos de gente assim que a gente está.

Uma vez estabelecido esse sistema, era só aplicar aquelas medidas de prevenção que todos conhecemos, só para o caso de ainda assim ter gente cretina se elegendo:

- Pena de morte para crime político

- Detector de mentiras em cada depoimento

- Anotação de todas as promessas do candidato antes da eleição. No final seriam analisadas se todas foram cumpridas. Em caso negativo, buscaríamos uma pena exemplar. Desde trabalhos forçados até a devolução de toda a grana que ele ganhou nos quatro anos que ficou no cargo.

- Microcâmeras acopladas 24 horas ao corpo de cada político durante todo o mandato. Big Brother mesmo. Geral vendo você cagando, dando a bunda, batendo punheta..É o preço da confiança que o povo depositou em você. Se não agüenta, vaza.

Pronto. Já era um bom começo. O resto das idéias iam surgindo com o tempo.


Continuem mandando problemas mundiais que Cara de Milho soluciona pra você. De momento está pendente o pedido da Yasmin sobre como combater o Desmatamento.




***



O cartunista Andre Drahmer do excelente blog dos Malvados criou um site chamado RioBodyCount pra calcular o número de mortes no estado do Rio de Janeiro. A contagem começou dia 1 de fevereiro e já temos 85 mortos e 39 feridos. Eu estou apoiando a iniciativa dele. Quem quiser colaborar com a contagem, eles estão recrutando voluntários. Eu a partir de agora deixarei o logotipo do site deles aqui no blog pra dar uma ajudinha a divulgar. Sofri os efeitos da violência no Rio na pele, e sou consciente que o que aconteceu comigo foi fichinha (fichíssima) se comparado com o que o anda acontecendo nesse estado. Pra terminar vou deixar uns links que mostram mais ou menos o que estou dizendo.

Confronto com traficantes no Morro do Macaco

Rotina de um policial no Rio (Cenas muito fortes)



 

Sinhá Boça


A primeira vez que aconteceu eu tinha dezessete anos de idade. Estava em casa muito cabisbaixo por causa de uma garota e assistia TV pra me distrair. Era hora dos Simpsons. Fiquei ali assistindo tentando achar forças pra rir de algo, mas nada funcionava. Daí teve uma cena em que o policial Wiggum está interrogando o Willy, aquele escocês que trabalha de zelador na escola do Bart. Então o escocês que estava de saias dá uma cruzada de pernas estilo Sharon Stone, ao que o policial Wiggum puxa a arma e diz "-Jamais faça isso outra vez".

Foi disparado a cena mais engraçada que já vi nos Simpsons, mas eu não conseguia rir. Foi estranho porque uma parte do cérebro havia registrado um fato engraçado e esperava uma gargalhada, mas outra parte dizia que nada teria graça naquele dia. No meio daquela confusão mental apenas fiquei calado.

A segunda vez eu morava nos EUA e havia decidido aproveitar o dia de folga no trabalho pra ir com minha namorada fazer um vôo de helicóptero sobre o Grand Canyon. Como a gente era funcionário do parque tínhamos direito a voar de graça desde que houvesse vaga sobrando. Ficamos ali duas horas esperando o último vôo da tarde que era o único com dois assentos disponíveis e no último minuto apareceu um casal de turistas e comprou os lugares. Fiquei muito puto. Nunca tinha voado de helicóptero, estava super ansioso, tinha desperdiçado todo o dia de folga ali e no final não consegui.

Voltamos pra casa. Eu xingando Deus e o mundo e ela tentando me acalmar. Daí perto da nossa casa tinha um ponto de ônibus, mas como a gente morava no meio do deserto do Arizona, ali só passava uma van pra levar os funcionários do Grand Canyon para a cidade mais próxima que ficava a uns cem kilômetros. Ainda assim essa van só passava duas vezes por dia. Uma de manhã e outra de tarde, se perdesse a da tarde tinha que esperar até o dia seguinte.

Passamos bem na hora que a van da tarde arrancava pra ir embora vazia, quando começamos a escutar uns gritos de "Wait!" "Wait" "Wait motherfucker" "You bitch! Wait".
Logo descobrimos um gordão que chegava atrasado e estava a ponto de perder a última van do dia. Gritava para a motorista esperar ele, mas o barulho do motor e as janelas fechadas abafavam os gritos e insultos. O gordão desesperado continuava perseguindo a van gritando tudo que era palavrão, quando as calças dele começaram a cair e ele sem poder perder tempo subindo as calças continuou correndo com a bunda de fora atrás da van.

Tudo isso a poucos metros de mim e de minha namorada. Um gordão correndo muito puto com as calças no joelho. Até que ele alcanço a van e começou a esmurrar a lataria aos gritos de "Stop!" "Fuck you bitch!" "Crap! Open the door". E a pobre motorista parou e deixou ele embarcar. Eu fiquei imaginando o constrangimento da motorista tendo que passar mais de uma hora de viagem sozinha com o gordão que acabara de esmurrar a lataria de sua van com os testículos expostos.

Foi uma das cenas mais engraçadas da minha vida, só que mais uma vez o fato de eu estar chateado com algo me impediu de rir. Outra vez aquela sensação estranha de saber que havia acabado de ver algo incrivelmente cômico e mesmo assim não conseguir rir.

A terceira vez foi nessas férias de agora. Eu havia combinado de ir ver uma menina lá na cidade dela. Chegando na cidade me hospedei num hotel, telefonei pra ela e dei o endereço de onde eu estava hospedado. Ela disse que já estava de caminho, mas eu estava muito ansioso e algo dizia que ela ia dar o bolo. Liguei a TV para me distrair enquanto ela não vinha, mas já sabendo que ainda que encontrasse algo engraçado não ia conseguir rir. Se nem um gordão pelado me faz rir quando eu to mal, imagina a televisão. Coloquei na MTV e estavam dando a novela Sinhá Boça, do pessoal do Hermes e Renato. Comecei a assistir despretensiosamente, só pra me distrair mesmo. Quando a menina finalmente chegou no hotel me encontrou rolando na cama de tanto rir.

Sinhá Boça foi maior do que a dor. Maior do que a ansiedade e o mau-humor. De longe o melhor programa da TV brasileira nos últimos dez anos. Um show de bizarrices e humor non-sense. Anos e anos de telenovela da rede globo contando com roteiristas, diretores e atores de renome não são páreos para a novela de Hermes e Renato. Só posso agradecer as boas risadas e asssinar minha confissão de fã do grupo. É isso.

Quem quiser ver a novela aqui tem todos os capítulos. São oito ao total. Cada um dividido em três partes.


***

E pra fechar com o link do dia, vou colocar o profile de um carinha do orkut que é a cara do Boça. O scrap do sujeito é impregnado de gente chamando ele de Boça. Façam o favor de dar uma sacaneadinha, vai.

Album do sósia do Boça

Profile do sósia do Boça

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6 de fevereiro de 2007

 

A força do grotesco



No dia 1 de Janeiro de 2007 publiquei aqui no blog meus primeiros estudos sobre um fenômeno que ando observando. Chama-se Teoria do grotesco ao nosso redor, onde levanto a possibilidade de haver no universo uma força responsável por fazer com que algo grotesco e/ou muito escroto esteja sempre acontecendo num raio de dez metros independente de onde estejamos.

Partindo ainda do método da observação pura e simples, contarei agora mais um caso que foi de grande ajuda pra ampliar meus estudos sobre o tema.

Estava eu hospedado num albergue em Fortaleza, sentado na sala de TV esperando uma amiga sair do banho quando de repente uma força descomunal me dominou por completo forçando-me a caminhar em direção à entrada do albergue. Instantaneamente percebi que era algo relacionado à força do grotesco, algo pesado estava para acontecer ali.

Nem um minuto havia passado ali na portaria do albergue quando começo a escutar uma musiquinha de carnaval. Quando olho em direção do misterioso som vejo que se acerca uma espécie de mini trio-elétrico, ou seja, era uma caminhonete com um cantor e umas caixas de som na caçamba sendo perseguida por um pequeno grupo que por estarem passando por uma rua estreita poderia ser confundido com uma animada multidão, mas digo por alto que não deveriam ser nem cinqüenta cabeças ali.

Foi passando o grupo ao som de músicas do Netinho de mais de dez carnavais atrás, cantaram também samba-enredo e tudo o mais de ruim que vocês possam imaginar. Os cinqüenta foliões que acompanhavam o trio não tinham nada da alegria carnavalesca que vendem por aí (nem sequer era carnaval), melhor diria que levavam no rosto uma felicidade imposta, como se dissessem "Isso aqui tá ruim pra cacete, mas não podemos fazer cara feia no trio elétrico."

E foi o mini trio elétrico cruzando toda a rua num ritmo moribundo diante dos olhares incrédulos da gente na calçada, inclusive o meu, que nesse momento já estava mais do que seguro que era apenas mais uma coisa grotesca acontecendo num raio de dez metros de minha pessoa.

Quando todo o pedaço da rua que ficava em frente à entrada do albergue já estava livre daquele espetáculo bizarro, eis que surge o gran finale.


Detrás do mini trio elétrico havia um micro trio elétrico. Esse era nada menos que um carrinho de rolimã sendo puxado por um velhinho bêbado que arrastava um micro-system com o som distorcido a todo volume tocando uma linda marchinha de carnaval que vocês devem conhecer. É mais ou menos assim: "Se você fosse sincera..ôôôô..Aurora ...veja só que bom que era ..ôôôô...Aurora" Perseguindo o micro trio elétrico vinham uns oito velhinhos bêbados se acabando na dança com o dedinho pro alto.


Esse triste final foi de suma importância para enaltecer o quanto aquilo era absurdo. Era como uma mensagem oculta, como se dissessem que não há idade para a avacalhação da vida. Era um confronto de gerações, parecia que aqueles poucos velhinhos estavam dizendo aos jovens que iam na frente com a caminhonete "Não adianta bancarem os moderninhos com essas musiquinhas baianas, os poucos de vocês que sobreviverem vão terminar igual a gente"

Havia visto uma das cenas mais bizarras da minha vida, mas avancei muito em meus estudos. Descobri, por exemplo que quando o bizarro não vem até você, você vai até o bizarro. No exemplo acima, a força do grotesco se viu impossibilitada de encontrar algo bisonho naquela sala de TV do albergue, por isso se viu obrigada a arrastar-me para a porta de entrada onde veria algo que me chocaria por toda a vida.

Que sirva de lição. Nunca duvide dos poderes da força do grotesco.


***

Mudando de assunto, mas não tanto, visto que ainda se trata de algo grotesco. Ontem eu tava falando dos programas American Idol e Ídolos, e no final nem botei um link sobre os mesmos. Agora separei o mais bizarro de ambas as séries pra vocês darem uma olhada.

Esse aqui é o hilário barítono que curte um molejão, da série brasileira.

Esse aqui é um carinha da série americana tentando cantar "Out of my life" do Michael Jackson diante das gargalhadas dos jurados. No final ele assume ter aprendido a cantar com o DVD da própra jurada Paula Abdul.

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5 de fevereiro de 2007

 

Idéia para um programa de TV



Bem, quem tem TV a cabo sabe que o programa Ídolos que o sbt exibiu pouco tempo atrás era uma versão do programa norte-americano American Idol. Um típico programa de calouros, mas com a diferença de que a graça está nos jurados esculachando os candidatos a músicos. O que resulta bem divertido ver essa gente que quer alcançar a fama entrando pela janela sendo esculachada em todas as cores.

Ídolos é uma versão completa do programa. Pra ser sincero, copiaram não só a idéia do programa como também exigiram que os jurados brasileiros se comportassem da mesma maneira que os americanos.

Não estaria mal um pouco de movimento antropofágico, ou seja, poderíamos absorver só a idéia central e abrasileirá-la, mas não, o que vejo ali é que o sbt saiu buscando alguém pra fazer o papel do malvado Saimon ( acabaram encontrando dois), alguém pra fazer o papel do Randy (o gordinho de barba que senta na ponta) e nem me dei o trabalho de buscar o nome da jurada brasileira mas é notório como ela se dedica a imitar a Paula Abdul da série americana, até no fato de ficar fazendo dancinhas enquanto o candidato canta.

Enfim, a versão brasileira ficou uma porcaria, mas isso era de se esperar. Pra não dizer que ficou uma porcaria plena, vou considerar o fato de que nossos calouros são muito, mas muito mais toscos que os americanos, o que deixa o programa bem divertido, de resto fico com a série estrangeira.

Mas, vamos à minha idéia. Estive no Brasil conversando com uma amiga que foi chamada pra julgar um concurso literário. Ela estava boba com o monte de besteiras que parava na mão dela. Chegou inclusive a comentar que um dos textos era uma crítica cinematográfica, o que não estaria nada mal se o sujeito não tivesse mandado tal crítica para um concurso de contos.

Baseado nisso cheguei à minha idéia. Que tal um concurso literário estilo American Idol? Seria assim: Os candidatos se reuniam numa sala com papel e caneta. OS jurados davam um tema pra redação e uma hora de prazo. Logo cada candidato tinha que ler seu texto em voz alta para um grupo de jurados mal-encarados e sarcásticos, sendo que cada jurado teria uma fotocópia do texto par avaliar os erros de português também. Seria uma maneira de incentivar a literatura no Brasil. Ao transmitir um concurso literário na TV estaríamos popularizando o hábito da escrita.

Concursos literários em geral são maçantes. Você escreve e fica mais de um mês esperando o resultado e só tem como saber se seu texto ganhou ou perdeu, não dá pra ver que reação causou no Juri. Muitas das vezes que participei de concursos literários e não ganhei nem menção honrosa fiquei me perguntando se meu texto por acaso não havia causado gargalhadas entre a comissão julgadora. Imaginava os jurados entre eles: "Vem cá, fulano! lê só a merda que esse cara escreveu. Vê se pode isso!". Um concurso literário de auditório acabaria com esse suspense. Imaginem um jurado tipo o Saimon do American Idol?

- Vem cá. Tá de sacanagem com a gente? A gente aqui tem cara de palahaço?

- Não, por quê?

- Almoço com dois "ss"? Você estudou no MOBRAl, meu filho?

- É que eu tava nervoso.

- Nervoso? Nervoso estou eu. Nervoso de ver como está o ensino nesse país. Você sabe jogar bola?

- Não sou muito bom.

- Então tá fodido. OLha aqui, vou te dar meu telefone. To precisando botar uns azulejos na cozinha lá de casa. É bom pra você se acostumar com o que te espera no futuro. Minha resposta é não. Você não passa pra próxima fase. (virando-se pra outra jurada) Que você diz, Rosilene?

- É, o problema não é só o português ruim. Seu vocabulário é bem resumido também. No final você tenta fazer um poeminha, mas só rima verbos em primeira conjugação. Assim é muito fácil. Amar rima com cantar, que rima com falar, escutar, apaixonar, tocar, vai te catar ... minha resposta também é não. (Chamando outro jurado) Que você diz, Mauro?

- Bem, nem li o texto. A gente pediu discurso indireto, daí eu vi o primeiro travessão e já me desanimei. Minha resposta também é não. E você, Alfredo? Que diz pro rapaz?

- Amigo, tu não serve nem pra fazer letra de funk. Me escreve um texto todo errado, sem pé nem cabeça. Começa falando que seu cachorro foi atropelado e muda de assunto em seguida, do nada começa a falar mal do Lula... Que isso, rapaz? Se meu filho escreve uma redação dessas é porrada na certa.

- Tudo bem. Mesmo assim agradeço a oportunidade. Meus amigos gostam dos meus textos e tinham pedido pra mim tentar a sorte aqui no programa, mas se vocês não gostam...tchau.

- Só mais uma coisinha!

- O quê?

- "Mim" não conjuga verbo, cacete!



Poxa, ia ser demais. Participaria do programa sem medo. Fiquem de olho pra não deixarem roubar minha idéia. Se eu ver algum programa parecido vou chamar meus leitores pra testemunhar que o inventor do programa sou eu.


***

Pra finalizar vou botar um link que não tem nada a ver. Trata-se de uma jogada do Ronaldinho Gaúcho em começo de carreira. Vale a pena ver.

1 de fevereiro de 2007

 

Um outro mundo é possível


El hombre maíz apresenta propostas para sanar alguns dos problemas do mundo:


Desemprego:

Para gerar mais empregos deveríamos consumir mais, o que levaria as indústrias e comércios a buscarem mais mão de obra pra atender à demanda. Como tá ruim pra todo mundo e ninguém tá afim de sair gastando pra ajudar o pobre amigo desempregado, precisamos encontrar outra maneira de forçar empresas a contratar mais. Uma boa opção seria dificultar a vida delas ao máximo, ou simplesmente deixando de ajudá-las. Por exemplo, já repararam que no Mc Donalds além de te venderem veneno caro ainda tentam te convencer a você mesmo levar sua bandeja ao lixo? Os caras pagam uma merda, cobram caro e ainda fazem o cliente trabalhar. Se todos deixássemos a bandeja suja na mesa, eles iam ter que contratar alguém só pra recolher bandejas. Considere que a pessoa não trabalhará em horário integral e terá dias de folga e verá que cada MC Donalds terá que contratar pelo menos três recolhedores de bandeja. Hoje no Brasil há aproximadamente 1100 lojas do Mc Donalds, só aí já geraríamos 3300 novos empregos (sem contar as outras fast food). E eles não iam poder reduzir os salários para contratar gente nova porque esses muquiranas já pagam salário mínimo.
Mas não fique só nas fast food. Quando for a um restaurante, tome todo o tempo do garçon. Se quiser uma coca e um guaraná, peça só a coca e quando o garçon trouxer, peça o guaraná. Peça que inclua igredientes absurdos no seu prato, peça pra passar o bife mais um pouquinho, enfim, atrase o trabalho da equipe inteira do restaurante a ponto de que seja impossível atender a todos clientes com um número tão reduzido de empregados. É por um mundo melhor.


Falta de sexo.

Todos sabem do medo que as mulheres tem de dar na primeira noite e logo serem taxadas de putas, verdade? Nada mais longe da realidade. Na verdade ninguém sai taxando mulher de puta só por ela tar te dado de primeira. Se tivesse dado pra três na primeira, daí é outro esquema, mas a verdade é que existe um grupinho de assexuadas que se agarram nessa teoria e usam como inquestionável desculpa. Essas mulheres não gostam de sexo e só querem te enrolar, ou você já viu alguém que goste de transar negando fogo com o papinho de "o que os outros vão pensar?".
Infelizmente o boato do homem que não te liga nunca mais se você der fácil se espalhou e hoje em dia muitas mulheres que gostam de sexo se sentem inseguras sobre a veracidade do fato. A única saída é reverter o jogo: nunca mais telefone pra menina se ela não te der no primeiro encontro! Simples. Eu sei que é duro, algumas realmente podem estar num mau dia, muitas justas pagarão pelas pecadoras, mas nós homens já pagamos há tempos pelas pecadoras da abstinência. Se liga, malandro! Somos nós ou elas! Se está cansado de voltar do encontro com o pau na mão, é melhor começar a agir desde já. Logo logo as mulheres começarão a escutar várias versões das histórias tristes de meninas que estavam apaixonadas pelo rapaz, saíram com ele, se mantiveram castas para que ele assim as valorizassem mais, e o rapaz nunca mais ligou. Será o próximo terror do universo feminino. Menininhas implorando por sexo já na primeira noite com medo de você desaparecer. Quer esse paraíso na terra? É só começar a agir.



Fim do charlatanismo

Essa é barbada. É pra acabar com toda classe de astrólogo, vidente, tarólogo e sei lá mais o quê. Já expliquei ela num texto anterior de meus diálogos surreais da vida real. Basta mentir o máximo que você consiga pra essa gente. Quando perguntarem seu signo, diga um que não é o seu. Deixe ela viajar dizendo que sabia desde o início que aquele era seu signo, deixe ele apontar todos os traços marcantes que você possui que deixam estampado na sua cara o seu signo. Quando ela concluir, informe de seu equívoco, e diga que você é de outro signo, de preferência minta de novo, por via das dúvidas..
A mesma coisa com as videntes de bolas de cristal. Quando ela começar com aquele papo de " Estou vendo uma mulher..uma mulher loira..." daí você diz: "Será que é a Carminha?", daí ela vai achar que te fisgou: "Isso! Carminha. Agora posso ver seu nome, está bem claro", então você dá o xeque-mate: "Estranho. Não conheço nenhuma Carminha"



Fome no mundo.

Acabar com a fome é mais fácil do que vocês imaginam, só não há dedicação ao tema. Uma boa proposta me surgiu enquanto eu trabalhava no meu restaurante. Lá, quando um cliente pede um café, a gente dá de brinde uma barrinha de chocolate . Essas barrinhas não nos custam nada, são fornecidas também de brinde pela própria empresa que nos vende o café. É um detalhe agradável, mas acontece que quem quer café, não tá afim de comer chocolate, senão, obviamente, teria pedido chocolate, e o resultado é que as barrinhas voltam intocadas, e acabam sendo desperdiçadas porque derretem.
Como começo a trabalhar meio dia e só almoço seis da tarde, essas barrinhas foram de grande ajuda durante muito tempo, pois bastava uma dessas pra enganar meu estômago. E digo mais: Tinha que comê-las pelo menos duas horas antes do almoço porque senão acabava de vez com minha vontade de comer, pois todos sabem que chocolate tira todo o apetite.
Minha idéia nada mais é do que mandar essas barrinhas para África, já que não nos custa nada e os clientes não sentiriam falta. Imagina se todos restaurantes daqui de Ibiza cedessem suas barrinhas? Você pode dizer que isso não iria alimentá-los, mas eu digo que pelo menos ia enganar o estômago que é o mais grave, já que uma coisa é estar desnutrido e outra é estar faminto. A desnutrição é um problema do mundo todo e é muito mais complicado de sanar, mas fome mesmo se cura com as milagrosas barrinhas. Insensível, eu? Pelo menos sento a bunda na cadeira pra bolar uma saída, e você?

Mandem mais problemas mundiais que Cara de Milho te dá um solução.


***


Assistam ao Clipe do Funk da Pamonha e vejam como há coisas muito mais toscas que meu blog.

 

Decodifico seu nome



Angelo Pessoa

An - Artigo indefinido em inglês
g - Grande
elo - Parte de uma corrente
Pe - Polícia do exército
s - Sadia, fabricante de salsichas
- solitário
a - Anarquia


Logo: As multidões se unem numa enorme corrente por um objetivo ainda indefinido enquanto um jovem soldado solitário come um cachorro quente e assiste imperar a anarquia. (Uma ótima introdução pa um conto. No caso "Pe" pode ser abreviatura de padre também, o que daria uma boa variada no personagem principal.)

Faça como o Angelo e mande seu nome me autorizando a sacaneá-lo sem dó nem piedade.

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