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4 de agosto de 2006

 

Vote em Democracia Nacional e me façam feliz.

Eu sou branco, heterossexual, metade espírita/metade ateu (entenda-se ateu com medo de fantasmas), sou carioca e de classe média, ou seja, quando morava no Brasil jamais fui vítima de nenhuma classe de preconceito. Era até chato, sempre quis fazer parte de uma "minoria" (negro ou pobre são minorias no Brasil?) e poder reclamar e botar a culpa de todos meus males no preconceito da sociedade. Queria muito mesmo! Queria poder fazer igual o Rivaldo que quando foi criticado pelas suas más atuações pela seleção brasileira, disse que pegavam no seu pé só porque era nordestino( Se ele não tivesse dito, nem me daria conta de que era nordestino). Fazer igual ao Celso Pitta que dizia que lhe perseguiam por corrupção só porque era negro e de origem humilde (perseguiram o Collor e o PC Farias também, e daí!? Tudo preto, né? Se colocar o Mussum ao lado dos dois, não sei quem é quem). Fazer como meu amigo que alegava que o goleiro Wagner do Botafogo não era chamado pra seleção só por ser negro (Enquanto isso, Dida exibe suas longas mechas loiras).
Mas, não queria apenas uma desculpa pra meus fiascos, queria algo mais. Queria ser a "vítima gente boa", como, aqueles negros que contam piadas de negros e todo mundo fica dizendo "-Viu como o cara é cabeça? Sabe levar as coisas na brincadeira. Faz piadas consigo mesmo."
Que inveja! Que vontade de contar piadas de brancos em meio a um grupo de negros pra todo mundo dizer que eu era um rapaz cabeça. Mas, tem piada de branco? Só se o Mano Brown andou inventando, e ainda não me contaram. Enfim, como desejei ser negão pra contar esse tipo de piadas sem remorços, sem ter que olhar pra trás pra ver se não tinha algum negro mal-humorado por perto. O máximo que eu me atrevia em fazer nessa época era esperar o 13 de maio pra ligar pra meus amigos negros e lhes dar os parabéns pela abolição dos escravos. Às vezes ligava no dia 12 e dizia "Amanhã vão te libertar, mas, hoje você ainda tem que vir aqui lavar a louça que a pia tá uma porcaria só." Mas, só com os amigos de mais confiança podia brincar assim.
Hoje sou um rapaz realizado. Finalmente me encaixei numa minoria. Sou imigrante! Viva! E mais: sou sulamericano! Que delícia! Tenho até um nome pejorativo: SUDACA! (Dizem que deriva de "sudamericano cagão). Claro que eu poderia disfarçar e dizer que tenho descendência européia, assim como os negros que disfarçam se denominando como "moreno escuro", mas, não! Eu quero ser SUDACA! Quero olhar de cara feia cada vez que alguém me chame de sudamericano, como se isso bastasse pra ser considerado ofensa. Quero dizer que não me deram tal emprego só porque sou sudaca (Cansei de dizer). Quero falar que fulaninha não quis dar pra mim porque é racista! É maravilhoso, vocês precisam experimentar! E mais: Quero contar piadas de sulamericanos no meio dos europeus pra que me considerem um cara cabeça. Gosto muito disso. Gosto de andar pelas ruas e encontrar cartazes como esse acima. Pertence a um partido de extrema direita que gosta de colocar a culpa de todos os males da Espanha na imigração. Visitem a página deles e veja quantas coisas legais eles dizem. Acreditem, ler estes cartazes pelas ruas de manhã cedo me dá uma força incrível. Obrigado, Democracia Nacional, por ajudar a realizar meus sonho de me sentir vítima de preconceito.
Pra terminar, vou contar umas piadas racistas sobre sudamericanos, mas, não pensem que estou menosprezando minha própria raça, sou apenas um rapaz cabeça que sabe levar as coisas na brincadeira e rir de si mesmo.

Piadinha 1

Um brasileiro, um colombiano e um equatoriano que vivem na Espanha estão dentro do mesmo carro. Quem dirige?

R: La Guardia Civil AHHAHAhahahahahahHAHAhah Essa foi só pra aquecer.


Piadinha 2

Um brasileiro, um escocês e um Espanhol vão fazer uma viagem de balão. De repente o balão começa a cair e eles têm que se livrar do excesso de peso. Primeiro vai o brasileiro e joga uma caixa cheia de cachaça. Os outros reclamam.

- Po! Cachaça da boa essa e você joga fora? Não tinha nada de menos valor?
- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão - respondeu o brasileiro.

Logo vai o escocês e joga uma caixa de scotch. Os outros reclamam.

- Po! Uísque escocês caríssimo e você joga fora?
- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão. - respondeu o escocês.

Logo vai o Espanhol, agarra o brasileiro e arremessa pra fora do balão.

- Não esquenta. Isso no meu país tem de montão.

AHAHahhahahahahHAHAHAHahhAHAhahahA Nossa! Essa foi mais elaborada.


Piadinha 3


Estavam na maternidade um espanhol, um brasileiro branco e um angolano. Seus bebês haviam nascido praticamente no mesmo instante e o médico veio lhes informar que haviam perdido a etiqueta dos bebês, mas, que era muito fácil resolver o problema, bastava que entrassem um por um e buscassem traços familiares nas crianças. O espanhol insistiu pra entrar primeiro. Ao cabo de meio minuto, saiu dali carregando um bebê negrinho nos braços. O angolano lhe advertiu:

- Opa! Não tá vendo que esse aí não pode ser seu filho?
- Tá, mas, tu acha que eu vou arriscar de levar o brasileiro?

AHAHAhahahahahhHAHAHhAhaha Caramba! Como eu sou cabeça!

Comments:
vei, eu vi umas fotos tuas de cabelão, penso que seja rockeiro, ou metaleiro, senão viado, portanto uma minoria(como sou preconceituoso...), tricolor; muito poucos no Brasil, piadista carioca infame(a maioria é nordestino), e ainda faz pintura em óleo e carvão(...); Precisou morar na Europa para ser sentir excluido? Duvido;
 
Parabéns , você é a primeira pessoa que eu conheço que quer sofrer preconceito ...
Você usa drogas ?
 
Roberto:

Nem rockeiro, nem viado, aliás, nem sou mais cabeludo.
tricolor somos milhões no Brasil.
Piadistas cariocas infames são poucos, mas, não há preconceito contra eles.
Pintor à óleo e carvão só serei quando viva disso. De momento sou um garçon que gosta de pintar. Em 8 meses pintei 4 quadros.


Para Leandro:

Don't you know sarcasm when you see it?
 
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