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6 de fevereiro de 2007

 

A força do grotesco



No dia 1 de Janeiro de 2007 publiquei aqui no blog meus primeiros estudos sobre um fenômeno que ando observando. Chama-se Teoria do grotesco ao nosso redor, onde levanto a possibilidade de haver no universo uma força responsável por fazer com que algo grotesco e/ou muito escroto esteja sempre acontecendo num raio de dez metros independente de onde estejamos.

Partindo ainda do método da observação pura e simples, contarei agora mais um caso que foi de grande ajuda pra ampliar meus estudos sobre o tema.

Estava eu hospedado num albergue em Fortaleza, sentado na sala de TV esperando uma amiga sair do banho quando de repente uma força descomunal me dominou por completo forçando-me a caminhar em direção à entrada do albergue. Instantaneamente percebi que era algo relacionado à força do grotesco, algo pesado estava para acontecer ali.

Nem um minuto havia passado ali na portaria do albergue quando começo a escutar uma musiquinha de carnaval. Quando olho em direção do misterioso som vejo que se acerca uma espécie de mini trio-elétrico, ou seja, era uma caminhonete com um cantor e umas caixas de som na caçamba sendo perseguida por um pequeno grupo que por estarem passando por uma rua estreita poderia ser confundido com uma animada multidão, mas digo por alto que não deveriam ser nem cinqüenta cabeças ali.

Foi passando o grupo ao som de músicas do Netinho de mais de dez carnavais atrás, cantaram também samba-enredo e tudo o mais de ruim que vocês possam imaginar. Os cinqüenta foliões que acompanhavam o trio não tinham nada da alegria carnavalesca que vendem por aí (nem sequer era carnaval), melhor diria que levavam no rosto uma felicidade imposta, como se dissessem "Isso aqui tá ruim pra cacete, mas não podemos fazer cara feia no trio elétrico."

E foi o mini trio elétrico cruzando toda a rua num ritmo moribundo diante dos olhares incrédulos da gente na calçada, inclusive o meu, que nesse momento já estava mais do que seguro que era apenas mais uma coisa grotesca acontecendo num raio de dez metros de minha pessoa.

Quando todo o pedaço da rua que ficava em frente à entrada do albergue já estava livre daquele espetáculo bizarro, eis que surge o gran finale.


Detrás do mini trio elétrico havia um micro trio elétrico. Esse era nada menos que um carrinho de rolimã sendo puxado por um velhinho bêbado que arrastava um micro-system com o som distorcido a todo volume tocando uma linda marchinha de carnaval que vocês devem conhecer. É mais ou menos assim: "Se você fosse sincera..ôôôô..Aurora ...veja só que bom que era ..ôôôô...Aurora" Perseguindo o micro trio elétrico vinham uns oito velhinhos bêbados se acabando na dança com o dedinho pro alto.


Esse triste final foi de suma importância para enaltecer o quanto aquilo era absurdo. Era como uma mensagem oculta, como se dissessem que não há idade para a avacalhação da vida. Era um confronto de gerações, parecia que aqueles poucos velhinhos estavam dizendo aos jovens que iam na frente com a caminhonete "Não adianta bancarem os moderninhos com essas musiquinhas baianas, os poucos de vocês que sobreviverem vão terminar igual a gente"

Havia visto uma das cenas mais bizarras da minha vida, mas avancei muito em meus estudos. Descobri, por exemplo que quando o bizarro não vem até você, você vai até o bizarro. No exemplo acima, a força do grotesco se viu impossibilitada de encontrar algo bisonho naquela sala de TV do albergue, por isso se viu obrigada a arrastar-me para a porta de entrada onde veria algo que me chocaria por toda a vida.

Que sirva de lição. Nunca duvide dos poderes da força do grotesco.


***

Mudando de assunto, mas não tanto, visto que ainda se trata de algo grotesco. Ontem eu tava falando dos programas American Idol e Ídolos, e no final nem botei um link sobre os mesmos. Agora separei o mais bizarro de ambas as séries pra vocês darem uma olhada.

Esse aqui é o hilário barítono que curte um molejão, da série brasileira.

Esse aqui é um carinha da série americana tentando cantar "Out of my life" do Michael Jackson diante das gargalhadas dos jurados. No final ele assume ter aprendido a cantar com o DVD da própra jurada Paula Abdul.

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Comments:
carrinho de rolimã com microsystem...essa merecia foto!
 
É, PEdro. Nunca temos uma câmera na mão numa hora dessas.
 
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