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5 de fevereiro de 2007

 

Idéia para um programa de TV



Bem, quem tem TV a cabo sabe que o programa Ídolos que o sbt exibiu pouco tempo atrás era uma versão do programa norte-americano American Idol. Um típico programa de calouros, mas com a diferença de que a graça está nos jurados esculachando os candidatos a músicos. O que resulta bem divertido ver essa gente que quer alcançar a fama entrando pela janela sendo esculachada em todas as cores.

Ídolos é uma versão completa do programa. Pra ser sincero, copiaram não só a idéia do programa como também exigiram que os jurados brasileiros se comportassem da mesma maneira que os americanos.

Não estaria mal um pouco de movimento antropofágico, ou seja, poderíamos absorver só a idéia central e abrasileirá-la, mas não, o que vejo ali é que o sbt saiu buscando alguém pra fazer o papel do malvado Saimon ( acabaram encontrando dois), alguém pra fazer o papel do Randy (o gordinho de barba que senta na ponta) e nem me dei o trabalho de buscar o nome da jurada brasileira mas é notório como ela se dedica a imitar a Paula Abdul da série americana, até no fato de ficar fazendo dancinhas enquanto o candidato canta.

Enfim, a versão brasileira ficou uma porcaria, mas isso era de se esperar. Pra não dizer que ficou uma porcaria plena, vou considerar o fato de que nossos calouros são muito, mas muito mais toscos que os americanos, o que deixa o programa bem divertido, de resto fico com a série estrangeira.

Mas, vamos à minha idéia. Estive no Brasil conversando com uma amiga que foi chamada pra julgar um concurso literário. Ela estava boba com o monte de besteiras que parava na mão dela. Chegou inclusive a comentar que um dos textos era uma crítica cinematográfica, o que não estaria nada mal se o sujeito não tivesse mandado tal crítica para um concurso de contos.

Baseado nisso cheguei à minha idéia. Que tal um concurso literário estilo American Idol? Seria assim: Os candidatos se reuniam numa sala com papel e caneta. OS jurados davam um tema pra redação e uma hora de prazo. Logo cada candidato tinha que ler seu texto em voz alta para um grupo de jurados mal-encarados e sarcásticos, sendo que cada jurado teria uma fotocópia do texto par avaliar os erros de português também. Seria uma maneira de incentivar a literatura no Brasil. Ao transmitir um concurso literário na TV estaríamos popularizando o hábito da escrita.

Concursos literários em geral são maçantes. Você escreve e fica mais de um mês esperando o resultado e só tem como saber se seu texto ganhou ou perdeu, não dá pra ver que reação causou no Juri. Muitas das vezes que participei de concursos literários e não ganhei nem menção honrosa fiquei me perguntando se meu texto por acaso não havia causado gargalhadas entre a comissão julgadora. Imaginava os jurados entre eles: "Vem cá, fulano! lê só a merda que esse cara escreveu. Vê se pode isso!". Um concurso literário de auditório acabaria com esse suspense. Imaginem um jurado tipo o Saimon do American Idol?

- Vem cá. Tá de sacanagem com a gente? A gente aqui tem cara de palahaço?

- Não, por quê?

- Almoço com dois "ss"? Você estudou no MOBRAl, meu filho?

- É que eu tava nervoso.

- Nervoso? Nervoso estou eu. Nervoso de ver como está o ensino nesse país. Você sabe jogar bola?

- Não sou muito bom.

- Então tá fodido. OLha aqui, vou te dar meu telefone. To precisando botar uns azulejos na cozinha lá de casa. É bom pra você se acostumar com o que te espera no futuro. Minha resposta é não. Você não passa pra próxima fase. (virando-se pra outra jurada) Que você diz, Rosilene?

- É, o problema não é só o português ruim. Seu vocabulário é bem resumido também. No final você tenta fazer um poeminha, mas só rima verbos em primeira conjugação. Assim é muito fácil. Amar rima com cantar, que rima com falar, escutar, apaixonar, tocar, vai te catar ... minha resposta também é não. (Chamando outro jurado) Que você diz, Mauro?

- Bem, nem li o texto. A gente pediu discurso indireto, daí eu vi o primeiro travessão e já me desanimei. Minha resposta também é não. E você, Alfredo? Que diz pro rapaz?

- Amigo, tu não serve nem pra fazer letra de funk. Me escreve um texto todo errado, sem pé nem cabeça. Começa falando que seu cachorro foi atropelado e muda de assunto em seguida, do nada começa a falar mal do Lula... Que isso, rapaz? Se meu filho escreve uma redação dessas é porrada na certa.

- Tudo bem. Mesmo assim agradeço a oportunidade. Meus amigos gostam dos meus textos e tinham pedido pra mim tentar a sorte aqui no programa, mas se vocês não gostam...tchau.

- Só mais uma coisinha!

- O quê?

- "Mim" não conjuga verbo, cacete!



Poxa, ia ser demais. Participaria do programa sem medo. Fiquem de olho pra não deixarem roubar minha idéia. Se eu ver algum programa parecido vou chamar meus leitores pra testemunhar que o inventor do programa sou eu.


***

Pra finalizar vou botar um link que não tem nada a ver. Trata-se de uma jogada do Ronaldinho Gaúcho em começo de carreira. Vale a pena ver.

Comments:
Afe... se todos os problemas no que andei lendo fossem APENAS gramaticais... eu estaria satisfeita... :D

Se esse programa for pro ar, faço questão de sentar no júri. Não que eu seja grandes coisas escrevendo, mas só o fato de eu jogar no lixo 95% do que escrevo já quer dizer alguma coisa sobre meu apurado senso crítico (e que muito falta na tv deste país, a propósito) :D
 
UHuhauhauhauha! muito bom...sendo que o programa ia ter umas 3 ou 4 horas, soh pra os caras escrebverem e os jurados lerem...mas tudo bem. a melhor parte eh a do tarzan! hauhauhauhau

mim num tenta nada, ooow tarzan!

bom texto, vc passou pra proxima fase.
 
Lisandra:

Eu nõ gostaria de ser jurado do programa. Na última edição de ídolos eu vi umas duas ameaças de morte por parte dos calouros.


Pedro:

Obviamente só seria televisionada a parte em que os candidatos lêem os textos. Não ia ter uma câmera dentro da salinha mostrando os emocionantes instantes em que os candidatos escrevem seus textos.
 
Eu queria participar...mas como jurado...como concorrente!!?? Tá malucoooooooooooooooooooo!?
kkkkkkkkkkkkk
muito bom!
 
desculpa! como pude duvidar da infinita sabedoria do grande cara de milho... é por isso que quem escreve é você, não eu. Perdoe este mero mortal Oh! honoravel hombre maíz!
 
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