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31 de maio de 2007

 

Boletim de Retorno









- Não tinha explicado o motivo do meu sumisso. O problema foi que desde princípios de Março, quando me mudei de apartamento começou meu calvário.

- Primeiro aluguei um quarto na casa de um coroa português que não queria linha de telefone passando pela parede, tentei a net inalâmbrica sem sucesso e depois de um mês morando com essa figura resolvi que já tinha passado quatro anos aqui aguentando caprichos de desconhecidos e resolvi pagar um pouco mais (nada menos que o dobro) mas alugar um ap só pra mim.

- Em Abril esvaziei minha conta bancária pra pagar o ap que eu vivo hoje só pra mim. Fiz as contas e cheguei à conclusão que se eu fizer trinta horas extras cada semana, vender minhas férias e tirar pelo menos cinco noites cada mês pra me prostituir posso pagar esse ap sem complicações.

-Fim dos problemas? Nada disso. Dois meses esperando a boa vontade da Telefônica vir aqui colocar uma linha de telefone. No final, desisti e optei por um novo serviço oferecido pela Vodafone, que oferece acesso a internet sem linha de telefone e por um preço razoável, óbvio que a conexão é um cocozinho, mas só pra voltar a escrever aqui ta valendo.

- Quando terminar de decorar o ap eu filmo e mostro pra vocês. Quero uma decoração Kitsch. Já consegui um perdigão empalhado, um cartaz de proibido fumar, uma placa indicativa de banheiros escrita "toiletes", um cachimbo de ópio que meu chefe me trouxe da Tunísia, uns candelabros velhos e um cartaz de "não aceitamos cartão de crédito". Junto com isso tudo quero emoldurar uma multa de trânsito que levei aqui e uma ordem judicial que recebi no Brasil e pendurá-los na parede. Vai ficar biíto.

- Segundo a enquete que realizei aqui no blog, dos aproximadamente duzentos leitores que entram aqui cada dia em média, cento e dez entram buscando os testemunhos do ex-macumbeiro Tio Chico. A partir de então comecei a entrar em contato com o sujeito e negociar seu passe pra ver se ele aceita escrever comigo aqui no Cara de Milho. As negociações vão se encaminhando bem, ao parecer não terei que lhe pagar nada desde que lhe permita deixar o número de sua conta no fim de cada texto para que todas as ovelhinhas desgarradas que lêem esse blog possam depositar o dízimo. Tudo indica que semana que vem ele estará aqui conosco contando sobe sua vida e nos dando conselhos sobre como evitar que o capeta se apodere da Terra.

- Não vou mais atualizar essa bagaça nem nos sábados e nem nos domingos, que são os dias de menos movimento por aqui. Quem gosta de ler o blog nesses dias é só não ler durante a semana e logo ler todos os posts escritos entre segunda e sexta no fim de semana. Simples.

- Podem continuar mandando nomes para decodificar ou problemas mundiais pra que eu solucione. No momento tenho pendente a decodificação do Pedro Arruda e tenho que atender o pedido do Hemetério de buscar soluções para aumentar o tamanho dos carros norte-americanos.

- Acredito que quem nasceu de 1987 em diante talvez não se lembre muito bem de como eram as coisas antes do plano real. Não sabe o que é um cruzeiro, um cruzado, um cruzado novo, um cruzeiro real e nem nunca foi comprar bala com uma nota de cinco mil. Naqueles anos em que a menor nota era a de mil, era comum a confusão se determinada cédula havia ou não saído de circulação. Me lembro de algumas vezes ter ido comprar picolé e o vendedor dizer que tal nota já não valia mais, que haviam dito no jornal nacional pra não aceitar mais tais notas e coisa e tal.
Uma vez eu tava no ônibus com meu pai e tinha uma coroa discutindo com o cobrador que as moedas que ele havia dado de troco não estavam mais em circulação. O cobrador insistia que sim, ela insistia que não, ela dizia que queria dinheiro "de verdade", ele dizia que não ia dar nada mais que aquilo, e foi armado o barraco no ônibus, e a mulher atirou as moedas pela janela xingando o trabalhador de tudo que é nome, e o cara disparou essa:

- A senhora é muito abusada, viu? Eu vou te respeitar porque sou homem e não vou fazer nenhuma covardia, mas você merecia umas bolachas porque você é muito abusada.

- Tu não é homem de dar bolacha em ninguém, quero ver dar. Vem! Vem me dar bolacha!

- Você tem sorte mesmo que sou eu que to trabalhando aqui hoje, Queria ver se estivesse aqui a outra cobradora, a Ana Preta. Daí eu queria ver se você ia fazer essa graça.

- Eu bato em você, bato na Ana Preta, bato em quem eu quiser. Chama essa Ana Preta aqui pra ver se não dou umas porradas nela!

- Você batendo na Ana Preta? Tá de sacanagem, né!? Aí..Aí..Arnaldo (chamando o motorista) ..ô Arnaldo! Tá dizendo que bate na Ana Preta! Até parece, minha senhora! Vai bater na Ana Preta, uma baita de uma negona de dois metros. Queria só ver ela aqui.

- Bato mesmo. Sou mulher pra ter medo de Ana Preta, meu filho?

E ficaram ali dicutindo mais um pouquinho, sempre focando a pobre da Ana Preta que nem estava ali e nem estava sabendo de nada.
Eu sei, isso não tem nada a ver com o que eu estava falando, mas eu sempre quis contar essa história e nunca encontrei onde encaixá-la, e resolvi meter aqui mesmo.


***

Nem o Oriente Médio, nem o Aquecimento Global, Nem o Comando Vermelho e nem uma possível volta das calças boca-sino. O que mais tem me preocupado ultimamente são os Tubarões Voadores.

Comments:
Ana Preta? eh cobradora de onibus? em q cidade? acho q jah peguei...
 
Mensagem cifrada - muitos cifrões.

CDM, com relação àquele papo do GAS, fui lá verificar minha conta e tenho - oh! - 6 dólares a receber. Isso com dois meses de contrato. É pouco mas é um começo, em 200 anos posso comprar minha Land Rover.

Câmbio!
 
Pedro: A Ana Preta é de Angra dos Reis.

Hemetério: 6 dólares? po, mó grana! Acho que vou colocar anúncios aqui sim.
 
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