12 de março de 2008
Diálogos surreais da vida real

- Daí ele me contou que passou seis anos fazendo isso. Andava pra cima e pra baixo com aquelas almofadas que fazem barulho de peido, nunca saía de casa sem ela. Levava na mochila.
- Pra que isso? Não enjoava de fazer a mesma piada todo os dias?
- Não era isso, ele nunca usou a almofada pra sacanear alguém. O problema é que ele morria de medo de soltar um peido sem querer, daí ele tinha a almofada sempre à mão, pra caso isso acontecesse ele podia dizer que fez com a almofada.
- Porra, e o cheiro?
- Sei lá como ele explicaria o cheiro, ele disse que nunca precisou jogar a culpa na almofada, só tinha ela por precaução.
- Po, taí uma pessoa que eu queria conhecer melhor. Eu nunca dou sorte de encontrar gente assim.
Aprenda a jogar praga, sem contra-indicações.
- E teu namorado, como vai?
- Que namorado? To mais com aquele merda não.
- Que isso? Terminaram assim do nada?
- Terminamos. Tomara que pegue câncer na próstata aquele cretino.
- Cuidado com o que você deseja, pode voltar pra você.
- Por isso mesmo que quero que ele pegue câncer de próstata, como eu não tenho próstata, não tem como voltar pra mim.
Não sou de reparar em detalhes.
- Lembra do Renato? Encontrei ele na rua ontem.
- Sério? Legal.
- Quase não reconheci. Achei que ele tava meio diferente, sei lá.
- É, soube que ele perdeu o nariz num acidente.