30 de janeiro de 2006
E se ...
Ainda que
(autor: El hombre maíz)
Ainda que todos vencessemos
com glórias aceitas e esforços reconehecidos
Que fossemos honestos
e todo o desleal, tal e qual desconhecido
Ainda que não matassemos
e que tudo que mata fosse incompreensível
que não feríssemos
e que toda a mágoa fosse de toda inconcebível
ainda que não padecêssemos
do mal incurável e nem do curável
que saboreássemos
e que tudo de bom fosse bom e saudável
Ainda que trabalhássemos
com direitos e deveres iguais de divertidos
que nao isolássemos
e que fosse a solidão o sentimento esquecido
Ainda que nos rodeássemos
de pesoas agradáveis e um mundo agradável
que não poluíssemos
e reciclável, todo um mundo reciclável
Ainda que evitássemos
todos acidentes e todo mal inesperado
que nao viciássemos
de droga, de prazer, de amor e pecado
Ainda que respeitássemos
todos os povos, culturas, fés e descrença
que escutássemos
e todos aceitassem e avaliassem as diferenças
Ainda que desinventássemos
os países, as fronteiras e a tarifa alfandegária
e abolísssemos
todas as leis e as normas fossem desnecessárias
Ainda que chorássemos
de tristeza nas despedidas e de alegria no regresso
que sorrissemos
e que todo ¨bom dia¨ fosse um desejo sincero
Ainda que vivêssemos
em contínuos, sólidos e eternos prazeres
e gozássemos
por dias e noites não menos que duas vezes
Ainda que fossemos mesclássemos
socialistas , milionários e anarquistas
trissexuais
classicistas, peregrinos, vanguardistas
Ainda que não nos preocupássemos
trânsito, fila, fios e pêlos
insetos
papéis, protocolos, patrões e dinheiro
Então nesse mundo exterior perfeito
consumiríamo-nos pouco a pouco por dentro
Pois para piorar dá-se sempre um jeito
E para ser feliz não foi o mundo feito
ócio prazer festa reflexao
Perguntas sem resposta tédio insatisfaçao
um por um
enlouquecendo
um por um
suicidando
E os mortos que trariam o desespero
E os loucos com loucos discordando
um por um
e todo o caos ressurge desde o zero
a mesma coisa
um por um
a velha coisa
um por um
desde o zero
***
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