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29 de setembro de 2007

 

Machista nada, até aperto a mão de veado






Estava eu essa tarde fazendo os preparativos para minha viagem ao Brasil. Lembrei que faltava comprar presente pro meu irmão. O moleque anda se interessando por basquete e pensei que seria legal levar uma camisa de alguma equipe da NBA pra ele.

Entro na loja e logo de cara me vem o grande problema: Nunca acompanhei muito a NBA e não sei quais são os times da moda. Tampouco conheço os jogadores, a não ser aqueles que se não me engano nem jogam mais, como Jordan, O'neal, Barkley, Pippen e Denis Rodman. Conheço só de ouvir falar, não me perguntem em que posição jogavam e nem a equipe.

Olha daqui, revira dali, que time é esse de Nuggets? Nugget não é aquela parada de frango? Nunca ouvi falar, camisa verde feiona, melhor esquecer. Continuo olhando, Memphis Grizzlies? Agora apelaram, que faz essa camisa aqui? Ah ta, é o time do espanhol Paul Gasol, duvido que no Brasil esse time tenha alguma moral, melhor deixar pra la. Será que não tem camisa de time conhecido? Ah, quando e digo time conhecido eu resumo a Los Angeles Lakers e Chicago Bulls.

Encontrei a camisa dos Bulls! Sorte! Não, azar, é rubro-negra! Eu, tricolor de pai e mãe não vou comprar nada vermelho e preto pro meu irmão, antes a camisa dos Nuggets. Continua olhando um pouco mais e encontro o objeto de desejo: A camisa dos Lakers! É amarela e lilás, nada de cor comprometedora, que bom! Vem com o nome de um jogador: Kobe Bryant, me é familiar, boa! Vem numerada também: 24!

Porra, Kobe Bryant!? 24? Um negão desses! Não me desaponta, cara! Fico surpreso comigo mesmo e me pergunto "Thiago, você não vai mesmo comprar a camisa porque ela vem com o número 24? É só um número, não representa nada, o Kobe Bryant lá do outro hemisfério nem sabe o que esse número pode significar no Brasil"

Realmente a culpa não é do Kobe Bryant, e ao escolher o número de sua camisa ele pode ter pensado em várias coisas, menos nisso que você e eu estamos pensando. Dobrei a camisa e guardei, não vou comprar, mas ainda não me recuperei do ridículo da situação. Machismo? Que nada, eu entendo que jogar com um numero 24 nas costas não muda o sexo de ninguém, mas os amiguinhos do meu irmão entenderiam? Digo me baseando por mim mesmo que na adolescência jamais perdoaria a oportunidade de fazer uma piadinha sobre o caso.

No final a loja só tinha tamanho adulto e acabei sem comprar nenhuma. Voltei pra casa ainda abalado me sentindo o maior troglodita homófobo do universo. Pensei imediatamente em trazer a dúvida aqui pro blog e estar preparado pra ler todo tipo de comentário me crucificando pelo preconceito. Então eu pergunto pra vocês que pensam que extrapolei no machismo: E se aquele jogador do São Paulo que tá trazendo polêmicas,o Richarlyson, jogasse com uma camisa 24 propositadamente? Você daria de presente a camisa dele pra seu filho? E se ele pedisse? E se ele insistisse? E pro filho do vizinho? Arriscaria que o pai dele interpretasse mal suas intenções?

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24 de setembro de 2007

 

De Emo Cracia




A primeira vez que aconteceu eu estava no segundo grau. Um grupo de meninas da minha turma tinha matado aula de projeto final do curso pra ir no Xuxa Parque. Nem tentaram esconder a façanha, toda a turma soube e até o professor sabia que elas tinha matado aula pra isso, mas não deu em nada. Até que no final do ano soube que uma delas estava prestando vestibular pra Fisioterapia e pensei comigo: "No futuro, se eu precisar de uma fisioterapeuta pode ser que ela seja um dessas que tenha matado aula pra ir ver o Show da Xuxa! Pode ser que ela tenha matado justo a aula que ensinava a curar meu problema!

A segunda vez aconteceu no cursinho pré-vestibular. O professor foi perguntando um por um o que queríamos cursar. Daí escutei uma menina dessas bem tapada dizer "jornalismo", e pensei comigo que no futuro não leria mais jornais, porque já sabia o tipo de gente que os escreve.

Isso tudo para explicar que às vezes esquecemos de um problema grave: Adolescentes retardados crescem! E isso implica que Os Emos de agora também crescerão um dia! Hoje é fácil fazer troça dessa molecada de quinze anos, mas temos que analisar que o futuro é deles, essas pessoas dentro de dez anos vão se formar e prestarão serviços pra gente. O médico que te anteder no futuro pode ter sido Emo na adolescência, o engenheiro que construiu seu prédio também, o piloto do avião no qual você viajará também. E fica a dúvida no ar: "Que esperar do futuro?"

Eu digo o que esperar: trevas! Um colapso geral na sociedade a começar pelo desaparecimento de certas profissões. Você não poderá mais contar com encanadores, metalúrgicos, pedreiros, marceneiros, mecânicos, lenhadores e nenhuma outra profissão de macho porque no futuro simplesmente não existirão mais machos, só Emos. Por outro lado haverá um sem fim de estilistas, cabelereiros, manicures e atores da globo desempregados por excesso de contingente.

Outra mudança drástica será o miguxês, que passará a ser o idioma oficial no Brasil. O inglês continuará sendo o segundo idioma, e o português cairá em desuso, virará uma espécie de latim. Haverá letrados em miguxês, verdadeiros intelectuais da nova língua. Difícil será conseguir trabalho sem falar razoavelmente o novo idioma.

Mas como disse antes, não haverá letrados apenas em miguxês. Alguns aspectos da sociedade atual seguirão inalterados. Os médicos do futuro, por exemplo, aprenderão a mesma medicina que a de hoje, só mudará a maneira de dar o diagnóstico:

- Doutor, eu vim aqui porque saiu um caroço na minha garganta..

- DeXA eu vÊ, MiGuXo! LeVantXa a CaBexInhHha AXximmm

- E então, doutor?

- Tá cum DxIfiCuXdAdxI pA EnGuLir a PapXinhAa, tA??????????

- Tô sim. Também tenho muita febre.

- Hummm.. EnxtÃU Eu aXu qUi XeI o Que Eh!!!!!!!!!!!!!! Voxe Ta CuM TxUmOrXiNhU MuTxu MaLvAdU. Vamu fAxEr uMa BiOpXia

- Biópsia, doutor? Você acha que é câncer? Têm cura?

- TeM Curax Ximm !!!!!! O pRoBleMitxa eh qUi voxE Vai FaXeR KiMiOTxeRapIA e TeU CabELiNHu Vai CaIr, e nUm VaI Podxer TeR UmA FranXInHA BonItXA IGuAL a MInhAx!!!!!!

Mas esses serão os primeiros anos da geração Emo no controle. Acreditem que o pior ainda virá. Logo começarão a aparecer Emos na política. Um período que será conhecido como a De Emo Cracia. Partidos de machos rústicos e barbudos como o PRONA, PT, PSTU e PC do B vão desaparecer. Na verdade, dos partidos de hoje só sobrará a tucanada que continuará em cima do muro e disputando com os partidos Emos que surgirão. Os debates prometem um grande espetáculo de histerismo, choradeira, beicinho e tudo de mais Emocore que há.

E depois dos Emos? Provavelmente nada, já que essa gente não procria e então não passarão pelo mesmo martírios de seus pais, o de verem seus filhos aderirem a modinhas sem-vergonha. Eles pensaram em tudo! Mas, lembremos que ainda falta tempo pra essa gente tomar o poder e aproveitemos pra zombar sem piedade durante esses últimos anos em que ainda estamos por cima.

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Parabéns aos Emos



Pois, é! Pouca gente sabe, mas hoje é o dia do Emo. Entrei na campanha junto com mais setenta outros blogs para homenagear nossos miguxos:
Idéia criada pelo pessoal do Nadaver


Fudeu! | Brogui | Irmãos Brain | Mente Insana | Procurando Vagas | Senhor dos Pastéis | Pilândia | Tá Servido | Treta | O Sanitário | Alforria | Sacolão Digital | Boneco de Jiló | Via Brasil | Vida de Jão | Bonecão de Posto | Sleek Blog | Tudo Junto | Pimenta Malagueta | Puta Nhaca | Tecnolife | Bobagento | Miss Skarlya | Blog Drops | Entremeado | Juliano Nogueira | Pexe Noiado | Ah, Nóis Vamo | Baldorium | 2Quase3 | Freak Link | Cara de Milho | Sem Querer Saiu | Commune | Dias Normais | Zolhando | Câmbio Desligo | Bicuda na Canela | Sapo Manco | Friage | Pudim de Beterraba | Xis Picanha | Sr. Hype | Blog do Solteirão | Nada Normais | Tigre de Muleta | Tudo Junto, sem Acento | Presepada | Cyber-Cultura & Etc | Dipsomanos | Tio Punk | Nunca disse que faria sentido | Comentários em Série | Gato Doido | Direto do Forno | Mais um Dia Safado | Artigo 220 | Diário de Ouro Preto | Copia Meu Filho! | Tá na Hora | Maurivan | Constante Evolução | Ricardo Meio Desligado | Fester | Bucomania | Revista Errata | Fotocópia | Troféu Joinha | 21 Centígrados | Caixa Pretta



Ode ao Emo
(Autor: El hombre maíz)

- Meo!

- Os ôme?

- Pior, os emo!

- Que fazemo?

- Fingimos que não vemo

- Paradoxo supremo:
Por que a Ema é um bicho
E a bicha é um Emo?

- Parece coisa do demo

- Não seja blasfemo
ou contigo não poemo

- Sabe que sou extremo
Pra mim esse cavalo é égua; esse Papão é Remo

- Gratidão nós lhes devemo
Quanto mais ôme for emo
Mais mulé pra nós comemo

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21 de setembro de 2007

 

Cara de Milho Responde - O leitor nervosinho



Bem, eu prometi que ia responder alguns dos comentários nervosinhos que andei recebendo por ter zombado do pastor mentiroso Tio Chico. Hoje separei um bem legal, mas antes queria chamar atenção para um outro comentário de uma leitora evangélica que quer me converter e me convidou para uma festa. Ela deixou nos comentários uma historinha altruísta e no final deixou o endereço e a data:

Convido-o para uma festa 29 e 30/09 ás 19:30 Rua Maragogipe n°178 Realengo Rio de Janeiro (Brasil) (av. Brasil altura nº 29000, Batã)
Te amamos


Como vocês sabem, eu só chego no Brasil dia 11 de Outubro, logo não poderei estar presente. Quem quiser ir de parte minha, eu agradeço. Diversão garantida: gente de boa fé, boca livre e a julgar pelo "Te amamos" no final do convite, a azaração vai correr soltar. Eu não posso ler o verbo amar no plural sem imaginar sexo grupal.



Pronto, agora vamos às ácidas palavras de um leitor nervosinho que acha que Tio Chico diz a verdade em seus testemunhos. Lembrando que o texto dele está em vermelho.

tem algum processo contra o Tio Chico por calunia ou defamação .....?

Provavelmente não, já que não existe a palavra defamação, então não poderíamos criar um processo contra ela.

bem sera que ele e tão burro de dar nomes sem provas de envolvimentos....?

Claro que sim.

será que as pessoas indicadas nessa gravação estão com medo de se defederem e a merda cheira mas mal ainda por ele ter provas ?

Na quarta série eu aprendei a diferenciar mais (com i) de mas (sem i) e nunca mais esqueci. Por que você esqueceu? E ainda que você tivesse escrito a forma correta, não existe "mas mal", se diz "pior". E isso eu aprendi antes de saber diferenciar mais de mas. O dinheiro que teu pai gastou com um PC podia ter pagado umas aulas no supletivo.

Mas, sobre sua pergunta. Que tipo de provas Tio Chico pode ter? Ele acusa pessoas como a Xuxa de fazer pacto com o diabo. Como ele ia provar? Apresentando uma cópia do contrato de Maria da Graça Meneguel com assinatura do Excelentíssimo senhor Capeta dos Infernos de Souza e Alcântara?

EM M U N D O :
onde arrastam criança com um carro por sete km / onde filhos matam pais / as torres gemeas cairão /

Veja bem, sou obrigado a te interromper: as torres gêmeas não cairão, ela já caíram. Foi em 2001, acho. Ou você não sabe conjugar verbos ou está seis anos atrasado.

sadam morreu /

Antes ele do que eu!

o muro de berlim caiu/

Não caiu, derrubaram.

a guerra fria acabou sem o disparar de nenhum missil /

Cara, você já viu cocô de cabrito? Viu que eles cagam bolinhas? Sabe por quê os cabritos cagam bolinhas? Não? Então se você não sabe nem de merda de cabrito, como quer entender de Guerra Fria?

a mãe russia caiu ...

A minha mãe se chama Hercília e não caiu. A tua se chama rússia? Nome estranho! Ela caiu? Machucou? Quê que isso tem a ver com o Sadam e a Guerra Fria?

eu acredito em tudo ate que me provem o contrário

Beleza, todos leram aqui que pra você acreditar em algo eu não preciso provar a veracidade, basta que ninguém possa desmentir. Critério estranhíssimo, mas tá valendo.

Eu ia dizer que não tenho como provar a inexistência do Saci-Pererê, nem da Loira do Banheiro, nem do Chupa-Cabras e nem do E.T de Varginha, e você então teria que acreditar nisso tudo, mas esquece, porque pensei em algo mais legal pra você acreditar: Meu cacete mede trinta centímetros! Pronto, se fodeu! Você não me conhece, nunca vai me encontrar e então nunca poderá provar o contrário. Agora você é obrigado a acreditar e defender até o fim da sua vida que eu sou um blogueiro com o maior pirocão.

afinal alguem tem que se sentir com a reputação arruinada e fazer valer a lei... e logico que isso so ocorrerá se os acusados não tiverem medo de se defander ....

Na verdade o que leva os acusados pelo Tio Chico a não se defenderem não é o medo, é simplesmente o "ter mais o que fazer do que ficar explicando que nao conheço o diabo".

em mundo onde o overnight acabou...

Ai, outra vez overnight!

a voce não sabe o que isso né?


Não

não procurou nem saber né ?

Não, pô!

e assim mesmo pesquisa tudo, pensa em tudo mas não sabe nem o que foi o overnight...

O google me explica o que é um overnight com um clique, mas to com preguiça de dar esse clique.

Mas você tem mesmo a coragem de sacanear minha ignorância em relação ao overnight quando vem aqui escrever num português comparável ao de uma dançarina de Axé?

Sabe o que é um overnight, sabe usar internet e não sabe que três pontinhos não são substitutos para vírgulas? Não sabe que barrinhas diagonais tampouco substituem vírgulas?

infelizmente acho que ele pode provar algumas da acusaçoes heim ......

Pode sim, depende só da vontade de acreditar.





20 de setembro de 2007

 

Diálogos surreais da vida real






Experimente nosso delicioso tsunami

- ... E teve aquele negócio lá na Ásia que matou umas duzentas mil pessoas, o tsunami!

- Duzentas mil? Pô, deve ter sido um tsunami gigante.

- É, um tsunami se supõe é gigante.

- Quem te falou? Tem tsunami pequeno também.

- Ah, tem? Então tá.

- Cansei de ver tsunami pequeno.

- Ah, já viu? Então nem falo nada.

- E como morreram as duzentas mil pessoas? Tava envenenado? Deve ter sido uma festa muito importante pra ter tantos convidados e pra servirem tsunami pra duzentas mil pessoas. Aniversário da cidade, algo assim ...

- Tá, cara! Só agora me dei conta que você tá confundindo tsunami com tiramisu.




O futuro está escrito

(Indo pra Maracanã)

- Putz! Sábado, oito da noite e o molequinho vendendo jornal. Feliz o garoto! Quem vai comprar jornal numa hora dessa?

- É o jornal de Domingo.

- Como jornal de Domingo? Ainda nem acabou o sábado.

- É, mas já fecharam edição e já começaram a vender. Às vezes eles fazem isso.

- Então vamos comprar e ver quanto foi o jogo de hoje. Dependendo do resultado a gente nem entra no Maracanã. Vai que perdemos de goleada...!?



***

Não sei se você perceberam, mas eu disponibilizei os feeds do Cara de Milho. Olhem aí na barra lateral o botãozinho laranja onde está escrito Assine Cara de Milho. Pô, galera! Vamos assinar! Se você não sabe o que são feeds ignore essa mensagem, eu não saberia explicar.

***

Há quase um ano eu escrevi o post mais polêmico desse blog: Testemunho do ex-macumbeiro Tio Chico. Resultado: Mais de oitenta comentários, a maioria impregnado de erros de português gritantes de adolescentes fãs do pastor mentiroso me condenando. Quando eu estiver sem assunto eu respondo alguns desses comentários aqui no blog pra gente rir um pouco. Teve um até que me convidou pra uma festa pra me conhecer e tentar me converter! Boca livre! \o/


***

Caso tenha ocorrido a alguém perguntar quando haverá uma nova edição da Liga dos Desocupados, antecipo que não antes de 2008. Quero criar uma nova edição mais competitiva e avisar os participantes alguns dias antes para que possam ir se preparando e não aconteça igual a edição desse ano que o Hemetério faturou mole.

19 de setembro de 2007

 

Tudo que a net tem a vida tem



Fake




Hoax





E-mail





Scrap




Net Discada








Adsl





Mercado Livre





E-Mule




Salas de Bate Papo





Anti-Virus




Virus





AdSense




Janelinhas Pop Up




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17 de setembro de 2007

 

A vida é uma escola





Algumas outras lições aprendidas durante minha vida que me sinto na obrigação de transmiti-las a vocês:


Lição 1:

Quando eu tinha onze anos eu tinha um gatinho. Esse gatinho gostava de brincar dentro do motor do carro do meu pai. Um dia o gatinho estava lá brincando e meu pai ligou o carro, o que fez com que ele se assustasse e saísse dali imediatamente, mas por má sorte ele saiu detrás da roda e justo no momento que meu pai dava a ré.

Engana-se quem acha que o gatinho faleceu ali esmigalhado como um purê. Ele estava aparentemente inteiro ainda depois da roda passar por sua cabeça, só que saltava desesperado e miando de uma maneira tão agonizante que dava pra perceber que tava sentindo uma dor do cacete.

Eu na minha inocência (porra, eu tinha onze anos) havia assistido tudo, e passado o espanto de vê-lo inteiro depois do acidente, só pensava em levá-lo a um veterinário o mais rápido possível. O gato continuava saltando enlouquecido e fazendo tal escândalo que já havia até um grupo de curiosos observando, então quando eu finalmente me aproximei pra pegá-lo no colo ele olhou pra mim, vomitou sangue e os olhos pularam pra fora.

Moral da história: Deus não existe.



Lição 2:

Eu estava saindo com uma menina que era cantora de jazz, e essa menina um dia viu na minha casa um livro sobre história da arte. Ela se admirou muito por ver que eu me interessava por arte, comentou que sempre que ia a museus se sentia perdida e que gostaria de ir com alguém que entendesse do assunto para explicá-la.

Uma semana depois um conhecido dela que era pintor estava montando uma exposição e havia convidado ela, que por sua vez me convidou para ajudá-la a não sentir-se ignorante. Eu tentei explicar ainda que sabia muito pouco, que era só um curioso, mas ela não me deu ouvidos.

Chegando lá na exposição era tudo que eu não queria. Aquele monte de borrões sem pé nem cabeça. Na verdade não eram borrões tipo aquelas manchas de tinta, todas suas telas eram estilo xadrês diagonal pintadas em três cores, a única diferença de uma pra outra eram as cores usadas, e algumas ainda chegavam a ser repetidas.

Ficamos ali andando pela exposição com cara de besta, eu torcendo pra que ela não me perguntasse nada e ela torcendo pra que eu dissesse algo. Até que foi inevitável:

- E então, Thiago?

- Então o quê?

- Que quer dizer isso de tela xadrês?

- Arte abstrata, ué!

- Tá mais o que ele quer dizer com isso?

- (enrolando) Quer dizer..ai quer dizer muitas coisas ..na verdade é você que tem que dizer algo pra si mesma, não o artista, a interpretação nesse caso é livre.

- Será? Sei não, héin!

E eu no desespero tentando lembrar todo o capítulo do livro que falava de arte abstrata, mas foi justamente o que eu tinha dado menos atenção, foi quando lembrei de uma parte que comparava a arte abstrata com a música, e como ela era cantora, essa era a investida perfeita:

- Sabe, os quadros são como uma música. Uma música romântica não precisa ter necessariamente letra falando de amor, pode até ser instrumental, desde que você componha uma melodia que remeta a algo romântico. O mesmo com uma música triste, às vezes o cantor ainda nem começou a cantar, mas só pela introdução você já sabe que vai ser uma letra triste. Os quadros são assim, a arte abstrata é como uma música instrumental, não tem um tema explícito, mas só pelas cores utilizadas e pelos traços do pintor você sabe se ele está passando uma mensagem de raiva, inquietação, alegria ...

Ela começava a se interessar e me olhar como um intelectual, então fomos rever todos os quadros baixo essa nova perspectiva musical:

- Tá vendo aqui? Três cores numa tela xadrês. É como se cada cor fosse uma nota. Tá vendo que os quadradinhos não são iguais? Uns são maiores que outros, é como se fosse uma nota mais longa. Agora considere também que as cores mais claras são notas mais agudas e as escuras são notas mais graves, o branco é um espaço de silêncio, e pronto, você pode sentir a melodia desses quadros.

Ela ficou ali maravilhada revendo os quadros um por um, até que chegou o dono dos quadros e foi ali conversar com a gente. Eu só pensava: "-Fudeu! Esse cara vai me desmascarar!"

- Olá, estão gostando da exposição?

- Adorando, ainda bem que trouxe o Thiago comigo pra me explicar um pouco sobre arte, porque senão não veria a exposição da mesma maneira que agora.

- É? Pois eu sabia que você ia gostar das minhas pinturas, porque você é cantora e meus quadros são muito musicais.

Ela me olhou embasbacada, eu olhei embasbacado pro pintor, o pintor olhou pra gente sem entender porra nenhuma e eu decidi que deveríamos nos despedir o mais rápido possível porque sorte igual àquela eu não ia mais ter.

Moral da história: Arte é um formidável refúgio para pilantras.


Lição 3

Eu estava num ônibus e perto de mim sentaram duas senhoras. Uma dessas senhoras não tinha um pingo de educação. Convesava num volume inaceitável, como se fizesse questão de que todo mundo ouvisse e desse opinião sobre as coisas estúpidas que ela estava falando. Na verdade a outra senhora apenas ouvia sua companheira fazer fofoca de suas amigas a viagem inteira, mas era algo tão grotesco e eu estava tão abismado com o fato de ela falar tão alto como se estivesse numa discoteca que eu começava a sentir raiva daquela coroa. Além do mais era notável em todos os passageiros o quanto aquela mulher incomodava com suas fofoquinhas.

A viagem foi continuando e ela não parou um minuto de tagarelar, e eu me perguntando onde aquela perua ia descer pra me deixar em paz. Até que uma passageira fez sinal pra descer, e quando o ônibus parou se levantou uma moça muito gorda, mas muito gorda mesmo e com calça apertadinha. Foi só a moça se levantar que a coroa parou imediatamente de falar e soltou uma sonora gargalhada que chegou a fazer eco. A menina muito constrangida olhou pra trás, mas não falou nada, e finalmente desceu do ônibus.

Quando o ônibus voltou a arrancar, a coroa ainda tava dando gargalhadas escandalosas. De repente parou de rir e comentou bem alto como se conhecesse o ônibus inteiro:

- Viu o tamanho da bunda da mulher?

Moral da História: O ser humano é inviável

15 de setembro de 2007

 

Cara de Milho por um mundo melhor



Orkutizando a vida real

Tem uma charge muito antiga da revista New Yorker, da época em que a TV começava a aparecer nos lares americanos. Nela um casal de idosos jantava de frente para a TV, e a senhora pergunta: "- Antes de inventarem a TV a gente jantava olhando pra onde?"

Isso é só pra mostrar que não é de hoje essa crítica de que as tecnologias acabam contribuindo muito para o isolamento do ser humano. A internet apareceu com outra proposta, ao contrário da TV que só fornecia informação, a internet prometia uma interação maior entre as pessoas, poderíamos então entrar em contato com pessoas de todo o mundo e em teoria isso aproximaria o ser humano, mas ficou na teoria.

Não que a proposta não tivesse sido cumprida, mas ficou restringida ao mundo virtual. Não nos interagimos na vida real com a mesma desenvoltura que na rede, ou seja, a net não aproximou o homem de seus semelhantes, apenas ofereceu um novo passatempo: conversar com desconhecidos sem se comprometer a dar dar "bom dia" cada vez que cruze com ele pela rua.

Eu por exemplo sou incapaz de pedir informação na rua para um desconhecido se ele está num grupo de mais de três pessoas, mas posso abrir um tópico no orkut que será lido por mais de mil pessoas. Sou incapaz de puxar assunto com uma pessoa que passou mais de dez horas do meu lado num avião, porém duas semanas atrás fiquei seis horas num chat com uma menina que eu nem conhecia o rosto.

Os exemplos são inúmeros. Experimente em alguma ocasião entrar no orkut de uma menina que você nunca viu e deixar pra ela um recado com a imagem de uma rosa virtual. Salvo a possibilidade de você ser feio pra caralho, é bem provável que ela responda positivamente à cantada. Agora experimente ir a uma floricultura e mandar entregarem uma rosa real a uma estranha e verá como ela passará tanto tempo pensando na possibilidade de você ser um psicopata ou um obsessivo ou até mesmo um pé no saco, que passará inadvertido o fato de que ganhou um presente e deveria estar contente com isso.

É isso, o ser humano virtual é um doce de pessoa e o ser humano real fede. Por muito tempo pensei no porquê das coisas serem assim, e ontem cheguei à conclusão que o mundo virtual triunfa porque dá possibilidades para tanto. Se a internet fosse apenas para ler sites, ninguém ia ficar conversando por e-mail ou mandando e-mail para desconhecidos, mas a rede sempre se preocupou em fazer com que os usuários interagissem, e por isso foram criadas as salas de bate-papo, os programas de mensagens instântaneas e as páginas de relacionamento, como o orkut.

Quando surgiram as salas de bate-papo, os comentários eram: "-Legal, podemos conversar com outras pessoas, como na vida real", mas acontece que os bate-papos virtuais já superaram há muito tempo as conversas do dia-a-dia, pelo menos no sentido da facilidade com que podemos começar um assunto. Uma menina do orkut me dá toda informação que preciso pra falar com ela: com um click sei as bandas que ela gosta, os livros que ela leu, se ela gosta de humor negro ou se detesta comida chinesa. Por outro lado, uma estranha num bar é apenas uma estranha num bar, eu posso levantar suposições do tipo de pessoa que ela é através de suas roupas, por exemplo, mas serão suposições. Uma negra de trancinhas pode estar querendo chamar atenção para o fato de que gosta de reggae, mas pode ser que ela goste de Axé Music também. Um homem de terno pode ser um executivo, mas pode ser um pastor evangélico também, a vida real não nos fornece tantas facilidades.

Baseando-me no fato de que o homem virtual é muito mais sociável e fácil de lidar que apoio a idéia de aprendermos com ele. Eles souberam nos imitar quando foi necessário, mas agora é nossa hora de copiá-los: Devemos orkutizar o mundo real


Devemos criar salas de bate-papos e comunidades do orkut reais. Façamos assim: Vá até uma praça e marque com giz um retângulo em volto de um banco. Logo coloque uma placa indicando que aquela área demarcada é uma zona de bate-papo real. Quem se senta ali está disposto a falar com quem sentar a seu lado, e quem estiver conversando ali está disposto a que outras pessoas se intrometam na conversa ou pelo menos se sentem para escutá-la. Será uma área de debate aberto para que o ser humano possa interagir com a mesma desenvoltura (ou pelo menos similar) à que ele demonstra detrás do PC.

Não estaríamos acabando com a intimidade das pessoas, porque quem quisesse estar sozinho ou ter uma conversa privada bastaria sentar-se nos bancos não demarcados, onde poderiam ler um livro, alimentar os pombos, escutar música e ignorar todos que estivessem ao redor como estamos fazendo atualmente.

A idéia central é essa: uma área reservada para pessoas que fazem questão de conversar com o próximo, caso a proposta inicial desse certo poderíamos pensar em expandi-la. Poderíamos ir a um parque e demarcar vários bancos e criar comunidades orkutianas reais, como por exemplo, o banco amarelo é pra quem quer conversar de futebol, o banco laranja para quem gosta de literatuta russa, o banco branco é pra debater o governo Lula, e por aí vai.

Se a idéia vingasse mais ainda, poderíamos ir mais além. Simplesmente distribuir programas de debates. Pessoas receberiam papéis pelas ruas indicando que no Parque do Ibirapuera irão conversar sobre Espiritismo no banco verde às cinco da tarde, logo às sete no mesmo banco se reunirão pessoas que acham Senna melhor que Schumacher, e às nove da noite está marcado uma conversa sobre cinema europeu.

Seria algo voluntário e amador, não haveria uma lei obrigando as pessoas a conversarem umas com as outras, a coisa partiria do homem comum. Você só precisaria reunir uns amigos e de um pedaço de giz pra demarcar a área e talvez um pequeno quadro negro pra indicar se aquela zona é de conversa livre ou se você busca um assunto específico. Se quiser dar uma caprichada, poderíamos criar um logotipo da campanha, então substituiríamos o quadro por uma placa com o logotipo indicando que aquela é uma área de conversa livre e num cantinho podíamos escrever: "Um projeto Cara de Milho", porque já que não vou ganhar grana com isso, pelo menos notoriedade ia bem, né!?


***

No mais, saudade de quando as pessoas sabiam se vestir.

13 de setembro de 2007

 

De volta


Voltei, mas ainda não posso garantir muita assiduidade por aqui. Infelizmente levo uma vida muito errante pra poder me comprometer com algo. Só esse ano já morei em cinco casas, já trabalhei em quato lugares, e já comecei uns três cursos que não pude concluir. Nunca sei quando posso descansar a cabeça e começar a planejar algo.

Nesse momento estou começando a planejar mais uma visita ao Brasil. Chegarei dia 11 de outubro e passarei uns três meses aí nessa terra. Ao contrário do ano passado, não levarei grana suficiente pra ficar perseguindo meus leitores através do país. Ficarei mesmo em Tiro de Janeiro com minha família e farei algumas viagens esporádicas, mas ainda não decidi pra onde. Quem quiser me conhecer que vá até minha cidade, eu não vou mais ficar indo atrás de vocês (pelo menos por enquanto).

Abração, e bem-vindos de volta.

 

Dúvidas que me corroem por dentro.



Quando eu era criança, estava jogano bola com uns amigos, de repente um dos moleques deu um carrinho desleal no jogador rival, que logo após cair no chão levantou-se enfurecido e começou a xingar seu companheiro de cabeça de piru amassado. Repetiu o insulto umas cinco vezes antes de decidir abandonar a partida de uma vez. Até hoje me pergunto: O que ele quis dizer com isso?

Hipótese 1 - A cabeça dele era um piru amassado

Nesse caso o garoto era completamente normal dos pés até o pescoço, mas logo ali onde começava a cabeça notaríamos uma certa deformação similar a um órgão masculino amassado.



Hipótese 2 - A cabeça de seu piru estava amassada

Nesse caso o rapaz era praticamente livre de deformações, a não ser pela cabeça de seu pênis (a glande) que era achatada. Porém nessa segunda hipótese devemos ressaltar que a norma culta nos ensina que o correto seria cabeça de piru amassadA, já que nesse caso o adjetivo deveria concordar com a cabeça e não com o piru.




Hipótese 3 - Ele era uma cabeça de piru amassada

A terceira hipótese não revelaria nenhuma deformidade na cabeça ou no pênis, apenas faria uso da metáfora para insinuar que seu rival, em todo seu eu, pudesse ser comparado a uma mera e horrenda glande esmagada, baseando-se talvez em sua má aparência ou insignificância. Nesse caso vale ressaltar uma vez mais o erro de concordância, já que o adjetivo outra vez deveria referir-se à cabeça e não ao piru.

Ou seja, se tomamos tanto a segunda como a terceira hipótese com válidas devemos observar também a má qualidade do português empregado na sentença. A única hipótese livre de erros (e talvez a mais absurda) é a primeira. O que vocês acham?

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